"Gostaríamos muito (...) que, em França, tivéssemos matérias primas suficientes e fábricas têxteis para confecionar dois mulhões de peluches em poucos meses", explicou Olivier Véran, porta-voz do governo francês, em declarações à France 2.
O representante do executivo liderado por Emmanuel Macron reconheceu que, atualmente, essas condições não estão presentes. "Em vez disso, o que podemos fazer é pressionar as empresas francesas que fabricam na China a mudarem-se para França", acrescentou, apontando "um problema estrutural".
A organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos desvendou recentementes as suas mascotes. Tratam-se de dois barretes da liberdade, apelidados de "Phryges", que serão, quase na totalidade, fabricados na China.
A produção destas mascotes foi entregue às empresas francesas Gipsy, cujo centro de fabricação é na Ásia, e Doudou et Compagnie, que prevê fabricar cerca de 15% dos produtos encomendados nas instalações que detém em território francês.
Aí serão feitos o enchimento, a montagem e a costura dos peluches, mas as matérias primas e a preparação das peças terão origem chinesa.
O movimento empresarial Ethic já denunciou aquilo que diz ser "um insulto a todas as empresas francesas", bem como "uma bofetada internacional e económica".
Por sua vez, Christophe Béchu, ministro da Transição Ecológica, desejou que se possa "corrigir" a situação durante os próximos meses, antes do início da competição olímpica.