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Programas olímpico e paralímpico renderam quase sete milhões de euros ao desporto português em 2022

Valor foi transferido pelo Governo no primeiro ano do ciclo Paris2024
Valor foi transferido pelo Governo no primeiro ano do ciclo Paris2024COI
Os programas de preparação olímpica (PPO) e paralímpica (PPP) renderam no ano de 2022 um valor próximo dos sete milhões de euros (ME) às federações e comités respetivos, transferido pelo Governo no primeiro ano do ciclo Paris2024.

Segundo um quadro anexo a uma resposta do Governo ao grupo parlamentar do PS sobre o assunto, nota para o valor de 6.960.399 euros, quase sete ME, atribuído no ano passado à ‘missão’ para Paris2024, entre verbas executadas diretamente por Comité Olímpico de Portugal (COP) e Comité Paralímpico de Portugal (CPP) e os valores destinados a federações.

O valor executado pelos comités em 2022, ano que inclui, entre outras competições, os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 e os Jogos Mundiais (evento de modalidades não olímpicas sob a égide do COP), ascende a pouco mais de 1,2 ME.

Os cerca de 5,8 ME atribuídos às federações dividem-se entre apoio aos programas olímpico e paralímpico, no primeiro ano após fechar o ciclo de Tóquio2020, adiado para 2021 devido à pandemia de covid-19.

No topo, com 1.146.978 euros, está o atletismo, entre 820 mil atribuídos ao ciclo olímpico e 326 mil para os paralímpicos, com larga distância para a segunda federação com maior valor de financiamento, a natação, que ‘recolhe’ 599 mil euros (348 mil para olímpicos, 252 mil para paralímpicos).

O judo recolhe pouco mais de 589 mil, fechando o ‘pódio’ do financiamento do Governo de forma direta ao próximo ciclo, no primeiro ano, em todos os casos com verbas ligeiramente superiores às atribuídas em 2021, ano da realização de Tóquio2020.

A canoagem surge no quarto lugar, com 542 mil, 117 mil destas verbas para a paracanoagem, de 593 mil que a modalidade recebeu em 2021, e o ténis de mesa regista um crescimento acentuado de 2021 para 2022, passando de 235 mil para 327 mil.

Entre as modalidades que voltaram em 2022 a ser financiadas ao abrigo dos programas para Paris2024, estão o tiro com arco, com 13.600 euros, e a dança desportiva, por causa do novo desporto olímpico, o breaking, com 55.600 euros.

Em sentido inverso, karaté e taekwondo, que figuravam no ciclo olímpico relativo a Tóquio2020, estão para já ‘em branco’ para Paris2024, o que acontece também com o pentatlo moderno e a esgrima, que já não tinham sido apoiadas ao abrigo do programa olímpico em 2021.

Em 31 de janeiro, o gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tem a tutela do Desporto, deu conta de que o financiamento ao desporto em 2022 ascendeu a 162,6 ME, sem contar com estes programas.

Somando as verbas relativas ao financiamento de atividades regulares das federações e aos programas olímpico e paralímpico, o valor total é de 41,5 ME, a que se somam depois outros financiamentos, como o atribuído pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Segundo esta tabela, constata-se que a Federação Portuguesa de Atletismo continua no topo, com um ‘bolo’ total superior a 4,4 ME, e, em segundo lugar, sem verbas relativas a Paris2024, está o futebol, com 3,3 ME.

A natação mantém-se nos três primeiros lugares, com um valor superior a 3,2 ME, e o andebol ‘sobe’ para terceiro, com 3,1 ME - segue-se outra modalidade sem apoios para Paris2024, o basquetebol (2,4 ME).

O mesmo se verifica no voleibol, com pouco mais de 2,1 ME, e o râguebi, com 1,1 ME, além de uma série de modalidades que não constam no programa olímpico, do motociclismo ao automobilismo, com o desporto universitário a receber 297 mil euros.

Caso particular é o do badminton, que é a única modalidade, além da rubrica intitulada “desporto para deficientes” (com 480.378 euros em 2022), a ser apoiada apenas no programa paralímpico, no último ano com 45.803 euros.