Promes, de 33 anos, vai ser julgado em dois processos penais. O antigo extremo do Ajax e do Spartak de Moscovo foi condenado a 18 meses de prisão por ter esfaqueado o primo numa festa de família em 2020 e terá de cumprir uma pena de seis anos por ter transportado mais de mil quilos de cocaína pelo porto de Antuérpia.
Promes foi condenado à revelia em ambas as ocasiões, uma vez que residia e jogava no Spartak de Moscovo, na Rússia. Atualmente, joga no United FC, da segunda divisão dos Emirados Árabes Unidos, onde foi detido em março de 2024 a pedido do Ministério Público neerlandês. Promes foi libertado dois meses depois, apesar do pedido de extradição do Governo neerlandês.
"As pessoas dizem que estou em fuga"
Numa entrevista à RTL Boulevard, Promes, que continua a residir no Dubai, afirma que não pôde sair da Rússia devido a obrigações contratuais. "Quando soube que o meu caso ia ser julgado nos Países Baixos, já estava no estrangeiro, pelo que me foi difícil tomar essa decisão e viajar para os Países Baixos quando tinha obrigações contratuais. Não podia morder a mão que me alimentava naquele momento. Não sou assim", disse Promes.
Promes e o seu advogado, Cem Polat, vão pedir o adiamento do processo, uma vez que o jogador, 50 vezes internacional neerlandês, quer regressar aos Países Baixos nas condições e propostas que vai apresentar. Entre estas contam-se a disponibilidade de Promes para assistir às sessões do tribunal e a sua disponibilidade para viajar de e para os Países Baixos a pedido do tribunal, "por exemplo para dar palestras a jovens", na condição de não ser detido e poder regressar ao United FC.
"Não vou mentir: tenho muitas saudades dos Países Baixos e gostaria de regressar. As pessoas dizem muitas vezes que estou em fuga, mas há já algum tempo que tento contactar as autoridades para resolver a situação. Quero assumir responsabilidades nos Países Baixos e continuar a minha carreira. Posso ir e voltar algumas vezes quando for chamado e depois continuar a jogar futebol. É isso que eu quero", continuou.
"Respeito o sistema judicial"
A confissão de culpa não está incluída no acordo com o Ministério Público, confirmam Promes e Polat. "Quero ficar longe disso, porque depois vamos ficar atolados em pormenores. Culpa, inocência. E, neste momento, é demasiado cedo para isso", disse Polat, que deu instruções ao seu cliente para não responder a esta pergunta: "São questões de fundo que não posso comentar, a conselho do meu advogado".
O processo de Quincy Promes prosseguirá na terça-feira com uma audiência pro forma, onde será discutida a situação atual da investigação sobre Promes.