Muitas vezes, há uma tendência para se considerar de forma negativa a influência excessiva de um jogador no destino de uma equipa. No entanto, a história do futebol já nos brindou com grandes futebolistas sem os quais as respectivas equipas não teriam conseguido conquistar todos os títulos que conquistaram.
A influência de Pelé no Santos e no Brasil foi certamente positiva, assim como a de Diego Armando Maradona para Nápoles e Argentina. Tocando em dois casos mais atuais, quando Cristiano Ronaldo saiu de Madrid o Real afundou e o mesmo compreensivelmente aconteceu com o Barcelona quando Lionel Messi o deixou.
Assim, a dependência do Milan em relação a Rafael Leão é, acima de tudo, positiva, porque significa que Stefano Pioli tem a possibilidade de contar com jogador sem o qual os rossoneri não teriam conquistado o scudetto do ano passado. Nesse aspecto, as suas dúvidas sobre a renovação são, de facto, mais preocupantes, mas isso, para já, é outra história.
A dois dias da segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o regresso de Rafael Leão (que cumpriu castigo por acumulação de amarelos no campeonato) ao onze titular é uma dádiva para a equipa de Pioli que, na visita a Londres, terá de defender a magra vantagem conseguida em San Siro há três semanas, diante do Tottenham (1-0), graças ao golo de Brahim Díaz.

E uma das dúvidas do técnico italiano, que também avalia as condições de Ismael Bennacer, de volta à equipa inicial titular contra a Fiorentina após lesão, diz respeito ao regresso ao onze do médio espanhol.
Não foi ao acaso que, logo após a derrota (2-1) no fim de semana, Pioli procurou motivar a equipa, dizendo já estar pronto para enfrentar o desafio em Londres, que colocará os seus pupilos contra os comandados de Antonio Conte: "Já tenho em mente a equipa com que vamos entrar em campo em Londres, mais ou menos. Há algumas situações têm que ser avaliadas".
Situações importantes como a de Brahim e Bennacer. O médio argelino foi um dos que mais criticou o deslize do Milan em Florença: "Esta noite foi muito difícil, não fizemos as coisas tão bem. Eles jogaram melhor do que nós e não merecíamos vencer. Mas não devemos [b]baixar a cabeça, temos que recuperar porque há jogo daqui a quatro dias", vincou, na altura.
A menos de dois dias do duelo, é preciso, de facto, um Milan de cabeça erguida, especialmente numa época em que a equipa tem pecado bastante na condição de visitante. "É um facto que nos está a penalizar muito. É estranho não conseguirmos vencer fora", admitiu Pioli. Felizmente para os adeptos rossoneri, um empate contra o Tottenham será suficiente.