O mesmo responsável anunciou que a FFR tinha denunciado à justiça o vídeo racista de Melvyn Jaminet, o primeiro caso de uma digressão "dramática" pela América do Sul, que manchou a imagem do râguebi francês.
Processo judicial argentino
"O processo para decidir a colocação em prisão domiciliária de Hugo Auradou e Oscar Jegou, atualmente detidos em Mendoza, demora entre 5 e 25 dias. Depois disso, o tempo necessário para que o julgamento se realize é de 9 a 14 meses", explicou.
"A federação encontrou uma casa para alugar em Mendoza. Para fazer face à urgência, adiantámos os fundos para todas as despesas que teriam de ser efetuadas. Mas as despesas são da responsabilidade das famílias e não da Federação Francesa de Râguebi. No espírito, dependendo da evolução das coisas, é bastante óbvio que os clubes profissionais e os jogadores, que também se mostraram solidários, querem contribuir (financeiramente), para que o custo para as famílias não seja considerável", acrescentou Florian Grill.
O quadro "não foi respeitado"
"Há um quadro extremamente preciso" que rege as digressões "que existe há anos, baseado na autonomia e na responsabilidade. Este quadro não foi respeitado pelos jogadores (Auradou e Jegou). O quadro estipula que podem sair em grupo com jogadores um pouco mais velhos, que são responsáveis por arranjar táxis e por fazer regressar todos ao mesmo tempo, o que foi feito por Baptiste Serin (o capitão designado para esta digressão). Não é o pessoal que tem a culpa, são os jogadores que decidiram sair da linha", explicou o presidente.
"Com a LNR (Liga Francesa), apresentámos o caso ao Comité Disciplinar da FFR. Além disso, denunciámos os comentários racistas ao Ministério Público", acrescentou.
"No que diz respeito ao racismo em particular, relembrámos várias vezes aos árbitros durante a época que qualquer comentário racista feito em campo é imediatamente alvo de cartão vermelho. Se forem feitas observações racistas nas bancadas, o árbitro tem a opção de interromper o jogo, pedir ao presidente que desça ao meio do campo e se dirija às bancadas. E, se voltar a acontecer, interromper definitivamente o jogo", explicou.
"Tolerância zero"
"Vamos reforçar a sensibilização, mas também as sanções, que passarão a ser financeiras, mas que podem ir até à exclusão temporária ou definitiva das equipas francesas (...) Quanto ao resto, a tolerância será zero. Haverá um antes e um depois de Mendoza. Vamos mudar as regras. Muito simplesmente, não queremos uma decisão de cima para baixo. Queremos fazê-lo em consulta com as equipas das nossas catorze equipas francesas, com os jogadores, e também em consulta com a Liga Nacional de Râguebi e o râguebi profissional. Seríamos muito favoráveis a que a AFLD (Agência Francesa Antidopagem) pudesse efetuar testes durante a semana e não apenas nos dias de jogo", finalizou Florian Grill.
