"Como um grupo de federações nacionais de râguebi, pedimos extrema cautela aos jogadores e ao pessoal que considerem aderir à competição R360, tal como é atualmente proposta", afirmaram as federações de oito grandes nações do râguebi mundial: Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, França, Inglaterra, Escócia, Irlanda e Itália.
Esta competição alternativa, promovida pelo antigo internacional inglês Mike Tindall, juntamente com Mark Spoors e Stuart Hooper, prevê o lançamento de uma liga que reunirá franquias masculinas e femininas para jogarem nos quatro cantos do mundo, em datas que competirão com o calendário dos clubes ou das selecções nacionais.
Este novo modelo foi apresentado à World Rugby, o organismo que rege o râguebi internacional, no final de setembro, mas face às questões levantadas após a apresentação do dossiê, a sua análise foi adiada para a próxima reunião do conselho de administração da organização, como a AFP soube no início de outubro.
"Os promotores desta competição não contactaram todas as federações para apresentarem e explicarem o seu modelo económico e operacional", afirmam as oito federações, que consideram que se trata de "um modelo concebido para gerar lucros para uma pequena elite, correndo o risco de secar o investimento que as federações nacionais e as ligas existentes dedicam ao râguebi amador, à formação e ao desenvolvimento dos jogadores. O R360 não nos deu qualquer indicação sobre a forma como pretende gerir a saúde e o bem-estar dos jogadores, permitir-lhes realizar as suas aspirações de representar o seu país ou como esta competição coexistirá com os calendários internacionais e nacionais já sobrecarregados" .
Embora nenhum jogador se tenha ainda comprometido oficialmente com o projeto, Mike Tindall disse a 1 de outubro que a data de lançamento da competição seria "provavelmente anunciada no início do próximo ano", sendo outubro de 2026 a data possível para os primeiros jogos.
Das nações que participam no Torneio das Seis Nações e no Rugby Championship, as duas principais competições internacionais depois do Campeonato do Mundo, apenas o País de Gales e a Argentina não assinaram a declaração conjunta publicada pelas federações.