"Após algumas semanas de convalescença, encontrámos uma lesão nervosa no meu ombro que ainda não está completamente curada", explicou numa conferência de imprensa: "Se eu fosse um jogador de basquetebol, ténis ou voleibol, a minha carreira estaria terminada. É óbvio que pensei nisso (acabar com a minha carreira). Os meus ligamentos estavam destruídos".
Em dezembro, o bicampeão olímpico de Paris (contrarrelógio e corrida de estrada) chocou a alta velocidade com a porta de uma carrinha dos correios belgas. Sofreu uma fratura complicada do ombro direito, a mesma fratura que tinha sofrido alguns meses antes na Volta ao País Basco.
"Mas desta vez foi ainda mais grave. Oumi (a sua mulher de origem marroquina) e eu rezámos muito. Descobri a minha fé. O Islão. Ajuda-me a enfrentar a vida. Para mim, foi uma âncora neste período da minha vida", acrescentou.
"A minha família e os meus amigos ajudaram-me muito. Todos me ajudaram e espero que haja muitos adeptos à beira da estrada na sexta-feira. (Sexta-feira) a corrida vai passar perto do sítio onde vivo. Acima de tudo, quero divertir-me", continuou o belga de 25 anos.
Uma corrida com troços empedrados, na qual, tal como nas seguintes, participará"com uma ligadura de reforço no ombro".
E no domingo, no início da Amstel, vai enfrentar Tadej Pogacar, o esloveno que ganhou recentemente a Volta à Flandres e terminou em segundo lugar no Paris-Roubaix.
"Pogacar é uma inspiração, é o melhor desde Merckx. Mas eu tenho de ser capaz de o vencer, a minha equipa paga-me para isso", sublinhou Evenepoel , que"claro que assistiu às clássicas da Flandres".
"Foi especial ver Van der Poel e Pogacar a baterem-se. Isso motivou-me a dar o meu melhor nos treinos. Também quero participar um dia em Sanremo, na Ronde e talvez em Roubaix", concluiu.