Com apenas 17 anos, Can Armando Güner começa a escrever a sua história no futebol internacional. Nascido na Alemanha, com raízes turcas, argentinas e alemãs, este avançado que atua no Borussia Mönchengladbach sagrou-se recentemente campeão com a seleção argentina Sub-20, no tradicional Torneio de L'Alcudia, em Espanha.
O jovem atacante não só brilhou dentro de campo — marcou um golo decisivo nas meias-finais —, como também emocionou com a sua história fora dele: o seu segundo nome, Armando, é uma homenagem familiar a Diego Maradona, ídolo eterno dos seus pais.
“O meu pai é turco e um grande fã do Maradona. Quando soube que a minha mãe tinha raízes argentinas, não hesitou em dar-me esse nome”, contou.
Uma identidade em construção
Apesar de ter sido formado no futebol alemão, Güner optou por vestir as cores da Argentina no seu primeiro torneio internacional.
“Contactaram-me há um ano, mas o processo do passaporte demorou bastante. Quando finalmente o consegui, soube que queria jogar pela seleção”, explicou.
A ligação com a Argentina é recente, mas está a crescer: ainda está a aprender espanhol e admite que, por enquanto, não acompanha nenhum clube local. “Gostamos de ver a seleção. Não torcemos por nenhuma equipa em particular”, disse.
Talento em ascensão
Em L'Alcudia, Güner fez parte da equipa orientada por Diego Placente, que levou uma base sub-17 para preparar o Mundial da categoria, que será disputado em novembro, no Catar. A Argentina sagrou-se campeã pela quarta vez neste certame, e o atacante foi uma das revelações do torneio.
O seu desempenho na Alemanha também é notável: chegou ao Gladbach em 2023 após passar pelas camadas jovens do Schalke 04, e na última temporada foi o melhor marcador do campeonato Sub-17, com 26 golos. Foi ainda eleito o melhor jogador da final, em que a sua equipa venceu o RB Leipzig por 3-1.
Uma aposta da AFA na Europa
Güner faz parte de uma nova geração de futebolistas com raízes argentinas nascidos na Europa que estão a ser identificados pelo scouting da AFA. Casos como Alejandro Garnacho, Valentín Carboni e Nico Paz refletem uma estratégia clara: nutrir a Albiceleste com talentos que, para além da distância, sentem as cores como suas.
E o futuro?
Embora o Mundial Sub-17 esteja à porta, Can Armando ainda não tomou uma decisão sobre a sua participação.
“Vamos conversar em família. Por enquanto, estou feliz por ter vivido esta experiência e por ter sido campeão com a Argentina”, concluiu.
