Reportagem: Pauleta distribuiu presentes em associação onde já é parte da família

Pedro Pauleta, antigo internacional português
Pedro Pauleta, antigo internacional portuguêsFundação Pauleta

A presença do antigo internacional Pauleta alegrou o Natal de uma instituição de pessoas com deficiência nos Açores, onde distribuiu presentes e abraços, numa iniciativa repetida há 22 anos e que já o tornou “parte da família”.

Quando o antigo goleador entrou na sala da Associação de Pais e Amigos de Crianças Deficientes do Arquipélago dos Açores (APACDAA), em Ponta Delgada, a excitação juntou-se à alegria e as palmas sucederam-se aos gritos pelo nome: Pauleta! Pauleta! Pauleta!”.

É sempre uma alegria, todos anos, pela forma como eles me recebem, sempre com surpresas, com atuações que são lindíssimas. Para mim, é já uma obrigação. Faz parte do meu ritual de Natal. É uma alegria enorme para mim”, confessou o ex-futebolista e antiga glória do Paris Saint-Germain.

Os utentes da associação, que apoia pessoas com perturbação de desenvolvimento intelectual, brindaram o antigo avançado com uma atuação onde lembraram a importância da “partilha”, do “amor” e da “solidariedade” enquanto valores da quadra natalícia.

As prendas que estavam colocadas debaixo da árvore de Natal foram sendo entregues individualmente por Pedro Pauleta a cada uma das 65 pessoas da APACDAA, onde o mais novo tem 20 anos e o mais velho 72.

Ver o sorriso neles para mim é uma alegria. A prenda que oferecemos é simbólica, é o menos importante, digamos. O convívio que existe todos os anos é que é de realçar e deixa-me bastante feliz”, acrescentou Pauleta, que não se coibiu de dançar músicas natalícias seguindo o compasso dos utentes.

O segundo maior goleador de sempre da história da seleção com 47 golos em 88 jogos (apenas superado por Cristiano Ronaldo), conhece o nome de praticamente todas as pessoas da instituição, já que a iniciativa solidária, organizada pela Fundação Pauleta, acontece há 22 anos.

A maior parte deles, para não dizer todos, está aqui há 20 anos pelo menos. Já os conheço quase todos. Estar aqui presente faz parte do meu Natal. Dificilmente vou passar um Natal em que não passe por aqui”, disse.

Numa manhã marcada por abraços, fotografias e sorrisos, Pauleta demorou-se no convívio e também foi presenteado com um troféu natalício e um bolo alusivo à época. “Eu digo isso todos os anos, mas esse é sempre o bolo mais importante das minhas festas”, admitiu.

Andreia Dias, utente da APACDAA, não escondeu a “alegria muito grande” protagonizada pelo momento.

Eu sou muito grata em ter o Pauleta aqui. É bom tê-lo aqui. Sinto uma grande amizade com ele. É muito simpático e muito meigo”, afirmou.

A jovem de 27 anos expressou a felicidade por ter consigo uma figura do desporto nacional, que torna o “dia especial”: "Sinto-me contagiada por ter o Pauleta connosco”.

A coordenadora do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) da associação fundada em 1976 realçou a importância deste dia para os utentes, não só por ser um “dia cheio e muito preenchido”, como pela mensagem que a ocasião transmite.

É uma maravilha. Posso dizer, de boca cheia, que o Pauleta já faz parte da família da associação. Já é o nosso padrinho”, explicou Cristina Teixeira.

O CACI “funciona, no fundo, como uma escola”, com atividades ao longo do dia para cerca de 70 utentes", explicou a psicóloga, notando que a associação ainda dispõe de três residências para dar resposta a 33 pessoas.

A presença de Pauleta torna o Natal de todos os membros da associação “especial”, já se que estabelece uma “relação de amor para os dois lados”.

Os miúdos adoram. É uma relação de amor para os dois lados. É sempre uma pessoa muito acessível que adora estar com os miúdos, abraça-os e eles têm sempre amor para dar”, destacou Cristina Teixeira.

Pedro Pauleta foi campeão espanhol pelo Deportivo (1999/00), três vezes melhor marcador da Liga francesa pelo Bordéus (2001/02) e Paris Saint-Germain (2005/06 e 2006/07) e duas vezes melhor jogador da Ligue 1 (2001/02 e 2002/03).

O antigo jogador e diretor da FPF durante a liderança de Fernando Gomes nunca perdeu a ligação à ilha de São Miguel, de onde é natural, e agora, com 52 anos, continua a marcar golos, mas noutros campos: “O que me motiva é o prazer de estar com aqueles que eu acho que devo estar”.