Acompanhe as incidências da partida
E não é por acaso: foram várias as ocasiões, nos últimos tempos, em que o espanhol, número 2 mundial, demonstrou a sua capacidade para resolver com serenidade situações complexas.
"Há jogos em que surgem momentos difíceis — o caminho nunca é fácil, teremos sempre de lidar com esses desafios —, mas, até agora, estou satisfeito com a forma como estou a jogar", afirmou o actual campeão de Roland Garros, após a difícil vitória frente ao norte-americano Ben Shelton.
Pequenos contratempos
No ano passado, à mesma altura do torneio, tinha perdido apenas um set — na segunda ronda, frente ao neerlandês Jesper de Jong — nos primeiros quatro encontros.
Este ano, já cedeu três sets, um em cada um dos últimos três jogos: diante do húngaro Fabian Marozsan (56.º), do bósnio Damir Dzumhur (69.º) e de Shelton (13.º), na segunda-feira, nos oitavos-de-final.
Mas esses pequenos contratempos — e outras situações de pressão, como o longo tie-break do primeiro set frente a Shelton, em que salvou três break points, ou os seis pontos de break no início do segundo set, também superados com sucesso — só reforçam a coragem e a experiência que o jovem tetracampeão de Grand Slam já acumula.
"Já tenho 22 anos"
"Já tenho 22 anos, já era altura de amadurecer um pouco também", brincou Alcaraz, após eliminar Shelton, provocando gargalhadas na sala de imprensa do court Philippe-Chatrier.
"Estamos a aprender a procurar soluções quando as coisas não correm bem, em vez de ficarmos frustrados e deixarmos de pensar", acrescentou o espanhol, que alcançou a sua 100.ª vitória em courts de terra batida.
Um dos expoentes do atual bom momento do ténis norte-americano em terra batida, Tommy Paul vai disputar, este ano, os seus primeiros quartos-de-final em Roland Garros.
Há dez anos, Paul conquistou o título de juniores em Paris, com apenas 18 anos. No torneio principal, porém, nenhum jogador norte-americano atingia os quartos-de-final desde 2003, quando André Agassi o conseguiu.
Este ano, são dois os representantes das Stars and Stripes ainda em prova: Frances Tiafoe (16.º) e Tommy Paul (12.º). E é este último quem parece melhor preparado para brilhar no saibro, sobretudo após a eliminação precoce de Taylor Fritz (4.º).
Completo nas três superfícies
Aos 28 anos, Tommy Paul tornou-se o nono norte-americano a alcançar os quartos-de-final de um torneio do Grand Slam nas três superfícies, na era Open: foi semi-finalista em piso rápido na Austrália, em 2023, e chegou aos quartos-de-final em relva, em Wimbledon, em 2024.
Um ano depois de ter conquistado a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos, em pares, ao lado de Taylor Fritz, Paul continua a alimentar a sua história de amor com a terra batda parisiense.
Embora o recente semi-finalista do Masters 1000 de Roma tenha já demonstrado força física e mental nos cinco sets frente ao húngaro Marton Fucsovics (124.º) e ao russo Karen Khachanov (24.º), foi bem mais eficaz nos oitavos-de-final, ao bater o australiano Alexei Popyrin (25.º) em três sets.
Nos quartos-de-final, contudo, terá de exibir o seu melhor ténis para surpreender Carlos Alcaraz, que lidera o confronto directo por 4-2.
O último duelo — e o único em terra batida — foi nos quartos-de-final dos Jogos Olímpicos de 2024, com vitória para o espanhol.
"É um jogador que está a praticar um ténis de grande nível, está novamente nos quartos-de-final de um Grand Slam, já sabe como lidar com este tipo de encontros. Certamente chega com muita confiança e muita ambição", descreveu Alcaraz.