Depois de dois jogos consecutivos sem ganhar (visitas ao Marítimo e Benfica), o Sporting regressa a Alvalade para defrontar o Vizela. Uma equipa contra a qual Rúben Amorim espera bastantes dificuldades, até pelo registo ofensivo dos comandados de Tulipa.
“Os jogadores da frente são muito tecnicistas, têm muita qualidade na definição, um avançado que procura muito a profundidade, que pode criar muitos problemas. Focámos nisso. Têm, também, uma defesa com dois centrais inteligentes, laterais que sobem bem e dão a profundiade. Estudámos a equipa como estudamos todos os jogos. Vai ser uma partida muito complicada, contra um conjunto que está muito tranquilo. A pressão está do nosso lado que jogamos em casa e temos de ganhar o jogo. Temos de voltar a não sofrer contra uma equipa que marca muitos golos (18). É o nosso desafio, estamos preparados”, explicou, falando da inconsistência da equipa, sobretudo nas duas últimas exibições: “Tem a ver com o hábito de alguns jogadores não estarem habituados a jogar com a sensação de vencer. Sei que há dias em que é preciso ter uma vontade extra para as coisas funcionarem. Não é por mal, os meus jogadores preparam-se bem para os jogos e este habito de jogar sempre para ganhar é uma coisa que se cria. Estão a crescer nesse aspecto, sabendo que estão num clube grande. Não temos muitas vitórias fora, o que mostra que quando estamos desconfortáveis no campo dos outros clubes não conseguimos vencer. No primeiro ano conseguíamos isso, mas não tínhamos tanta qualidade de jogo de agora. É tentar equilibrar”.
Para esta partida, Rúben Amorim já vai contar com Hidemasa Morita, recuperado, e garante que não vai fazer poupanças a pensar no ciclo de jogos que se aproxima.
“Já contra o Marítimo não existiu nenhuma poupança. A indicação que eu tinha do jogo contra eles na Taça da Liga era que o Arthur Gomes tinha sido o melhor em campo e depois juntei as coisas (risco de Nuno Santos falhar o dérbi). O cansaço agora é que vai começar a existir, porque temos tido semanas limpas. A gestão vai ser feita nesta sequência de jogos que vamos começar sabendo que todos os jogos são difíceis para nós e àss vezes os que não parecem tão difíceis são os que causam mais dificuldades, por isso temos de ter a equipa na máxima força. Precisamos de voltar a ganhar”, atirou.

No quarto lugar com 29 pontos, o Sporting está a 12 pontos da liderança numa altura em que falta uma jornada para terminar a primeira volta. Questionado sobre uma hipotética cláusula que permitia a dispensa em caso chegue à 17.ª ronda a 15 pontos do primeiro lugar, Rúben Amorim foi perentório.
“No dia em que o Sporting me quiser dispensar não levo mais um euro. Não precisa de me pagar mais nada. É o medo que tenho de ser despedido e ficar no desemprego. É o nível de exigência que tenho para mim, e a sorte de estar confortável na vida. Pelo menos no Sporting. Acredito que no Sporting ficar no quarto lugar é difícil de digerir e se assim entender que é para me dispensar... Nem é preciso cláusula, que não tenho”, garantiu.
“Não me parece que o Pedro Porro vá embora”
Com o mercado de transferências aberto, o Sporting tem visto vários jogadores serem alvo de cobiça de outros clubes. Pedro Porro tem sido o mais falado, com o Tottenham a apertar o cerco ao lateral-direito espanhol. Ainda assim, o treinador leonino manteve-se calmo com a situação.
"Não posso garantir nada, mas não me parece que vá embora. Neste momento é pela cláusula, pelo que sei. Ou alguém paga esse valor e ele quer sair, ou não vai sair em janeiro”, disse, falando na forma como tem gerido as emoções: “Sabemos que há jogadores que vão sair do Sporting é normal. Durante o mês eles podem andar ansiosos porque há empresários que andam a falar com eles. Nós falamos com eles, damos o conforto de estarem num grande clube, têm o apoio de todos, jogam e depois é tentar gerir as características uns dos outros. O treinador tem de estar um bocadinho mais atento, mas é a gestão normal. Vejo isso com naturalidade”
E depois do presidente do Mafra ter confirmado negociações por Diomandé, Rúben Amorim não confirmou o interesse no central de 19 anos.
Nós estamos sempre em aberto para todos os jogadores. O Tanlongo foi uma oportunidade que surgiu, andamos sempre à procura. Podemos procurar mais um central de pé direito, não vou dizer que é o Diomandé, mas poderá entrar alguém”, asseverou.
Confiança em Chermiti
Depois da estreia no Estádio da Luz, Youssef Chermiti voltou a receber novos elogios de Rúben Amorim. O avançado de 18 anos é visto como uma futura promessa e tem toda a confiança do treinador do Sporting.
“É um jogador muito alto mas tem capacidade de ir no espaço que é difícil encontrar as duas coisas. Teve um crescimento muito rápido em altura, mas sempre foi muito virtuoso. Depois trabalha muito e isso é meio caminho andando para jogar nas minhas equipas. Tudo nele diz que pode ser um jogador de sucesso. É preciso ter calma, estamos a apostar em miúdos que não passaram pela Liga 2 e isso é um problema que estamos a tentar mudar. Tudo nele me diz que pode ser referência aqui e na nossa Seleção Nacional”, atirou, explicando ainda as palavras que teve para com ele no final do dérbi: “De certeza que os jogadores da formação do Sporting são cobiçados por muitos clubes, e nós não temos a capacidade de muitos deles, O que podemos dizer e que eles aqui têm espaço e que acreditamos neles. É a nossa forma de ficar com os jogadores”.
E é em Chermiti e Rodrigo Ribeiro que o Rúben Amorim acredita para a frente de ataque dos leões.
“O Nuno Mendes não era nada disto e num ano foi à Seleção Nacional e vendido por 40 milhões de euros. É o que acredito para o Rodrigo Ribeiro e o Chermiti. Acreditamos que eles são a resposta para o aumento de golos e para a competição como avançados. Depende deles crescerem, como outros também dependeram. Veja o exemplo do SC Braga, em que o Vitinha também precisou de aparecer assim e começar a marcar golos”, concluiu.