Depois da derrota com o FC Porto e o empate com o Midjtylland, o Sporting viaja até Chaves para o encontro da 21.ª jornada da Liga. Um duelo onde Rúben Amorim reconheceu dificuldades, sobretudo depois da derrota que os flavienses infligiram em Alvalade na primeira volta.
“Neste jogo temos de ter cuidado com as transições, também fazer golo. Na primeira volta, na primeira parte aqui tivemos muitas oportunidades e fazer golos. Temos de jogar melhor do que no último jogo para a Liga Europa. Sabemos que é um estádio complicado, uma equipe confortável na tabela e nós com a pressão de ganhar os jogos, sem estar numa fase tão boa. Dito isto, os jogadores treinaram bem, estão preparados, conhecemos a equipa do Chaves e esperamos uma boa exibição”, atirou, falando das muitas baixas que afetam os comandados de Vítor Campelos: “: É normal, são fases da época. Não posso estar a falar da baixa dos adversários, porque todos os jogos são difíceis para nós. Tivemos fases em que tivemos baixas e nunca falámos disso, mas parece que, ultimamente, quando se joga com o Sporting fala-se sempre nas baixas e é sempre muito difícil para nos. Eles vão apresentar uma equipa competitiva, vai estar sem pressão, muito bem trabalhada e nós temos de vencer”.

O técnico dos leões assumiu a importância de conseguir um resultado positivo.
“O futebol tem estas fases e o que nós temos de fazer é jogar bem. Houve fases em que não conseguimos completar um ciclo de cinco vitórias, mas a verdade é que com o FC Porto jogámos bem, no último jogo não jogámos tão bem. Há muita coisa para agarrar nesse jogo e melhorar. Neste momento, pode ser esta densidade, porque numa semana podemos ganhar três jogos e entrar nessa sequência, mas fazer um de cada vez. Temos de voltar a nossa forma de jogar e depois o resultado não conseguimos controlar, mas ficamos mais perto de ganhar”, asseverou.
Questionado sobre os problemas de finalização, Rúben Amorim focou-se noutros detalhes.
“Nós podemos melhorar em todos os aspetos do jogo. Falhámos na concretização, mas o resto está a ser bem feito, porque aparecemos nessas situações. Tivemos uma sequência em que marcámos vários golos num jogo, são fases. Temos sofridos demasiados golos e marcado poucos para as situações que estamos a criar. O jogo em casa do Chaves é reflexo com isso. Com o Midjtylland a seguir ao golo sofrido esquecemos o que temos de fazer e precisamos de perceber que faz parte do jogo, temos de manter a nossa identidade. Podemos melhorar em muitos aspetos, obviamente, estando no quarto lugar, mas olhando ponto a ponto e jogo a jogo, fazendo um golo melhoramos: o adversário tem de se abrir mais e nós ficamos confiantes”, frisou.
Um momento complicado que não retira um olhar positivo a Rúben Amorim.
“O que tenho aprendido é que consigo surpreender estas fases. É mais fácil gerir do que eu pensava, ficamos sem dormir, mas é gerível. Vamos evoluindo nestes momentos e tivemos fases onde ganhávamos e deixávamos andar estas coisas. Isto vai-nos dar muito jeito no futuro, mas custa muito. A verdade é que os jogadores que ganharam o campeonato já não são os mesmos, mas tenho a certeza que o Palhinha, Matheus Nunes, Nuno Mendes ia gerir de outra forma e se calhar não íamos ter estes problemas. Eu tenho a certeza que a equipa vai melhorar e eu vou ser o melhor treinador”, explicou.
A falta de apoio dos adeptos também mereceu um comentário do técnico do conjunto lisboeta
“Nós fomos campeões sem adeptos. É um reflexo da nossa época e temos de assumir a responsabilidade. O ir ou não ir é uma escolha do adepto, mas também temos de ter em conta alguns contextos, muitos jogos a uma hora tardia. Sempre tivemos o apoio dos sportinguistas, estamos no quarto lugar, temos de assumir isso. Nunca sentimos falta de apoio, mas estamos numa época difícil e temos de perceber isso”, concluiu.
Confiança em Antonio Adán
Peça-chave nas últimas épocas do Sporting, Antonio Adán ficou diretamente a outro resultado negativo na equipa, com um passe errado que permitiu o empate do Midjtylland. Ainda assim, Rúben Amorim manteve a confiança no guarda-redes espanhol.
“O que o Vital (treinador de guarda-redes) foi fazer é uma avaliação de quantas vezes o Adán tocou com a bola nos pés e as decisões que tomou. Obviamente que isto conta pouco quando um guarda-redes erra. O Adán tem errado daqui ou ali esta época e tem muita visibilidade. Senti-o muito experiente e é muito confiante, o Vital disse-me que está tudo bem e mantemos a nossa confiança”, asseverou.
100 jogos na Liga
A partida em Chaves marca o centésimo jogo de Rúben Amorim como treinador no principal escalão e o timoneiro leonino fez um balanço.
“Sinto que estragámos um bocado a média, tínhamos uma média muito boa. É um orgulho estar num clube tão grande como o Sporting e chegar aos 100 jogos. Ser campeão traz uma realização a qualquer treinador e pode ser o melhor momento. O pior momento posso dizer que são vários, quando eu sinto que a equipa devia dar mais é sempre o mau para treinador. A vida familiar é a minha prioridade, vamos ver quanto tempo vou aguentar esta vida, mas sou bastante jovem e sinto-me mais realizado, até mais do que como jogador”, concluiu.