A juíza internacional vai tornar-se, assim, em 22 de agosto, na primeira portuguesa a integrar uma equipa de arbitragem num Campeonato do Mundo de râguebi, o Inglaterra-2025, no qual foi nomeada para seis encontros da fase de grupos.
No Inglaterra-Estados Unidos, a contar para o Grupo A, Maria Heitor será assistente da sul-africana Aimee Barrett-Theron, que dirige pela segunda vez um encontro de abertura de um Mundial, após ter desempenhado as mesmas funções em 1997, na Irlanda, na partida que opôs as inglesas à Espanha.
Dois dias depois, em 24 de agosto, a portuguesa desempenha as mesmas funções no encontro entre França e Itália (Grupo D), em Exeter, na equipa de Sara Cox, inglesa que apita num Mundial feminino pela quinta vez (2010, 2014, 2017, 2021 e 2025) e deve tornar-se, no último dia da fase de grupos, no Japão-Espanha, na primeira mulher a arbitrar 50 jogos internacionais de râguebi.
Heitor volta a fazer parte da caminhada de Cox rumo às 50 internacionalizações, em 30 de agosto, no Estados Unidos-Austrália (Grupo A), em York, um dia antes de auxiliar a neozelandesa Natarsha Ganley no França-Brasil (Grupo D), em Exeter.
O último fim de semana da fase de grupos volta a ser de jornada dupla para a árbitra portuguesa, que estará presente no Canadá-Escócia (Grupo B), também em Exeter, novamente com Barrett-Theron, em 06 de setembro. No dia seguinte, será assistente da neozelandesa Maggie Cogger-Orr, no Itália-Brasil (Grupo D), em Northampton.
Só após essa data a inspetora da Polícia Judiciária saberá se é selecionada para “um encontro dos quartos de final”, uma ambição que assumiu em declarações à agência Lusa em 15 de maio, dia em que a World Rugby anunciou que faria parte do quadro de árbitras assistentes do Inglaterra2025.
Para além de Maira Heitor, integram o painel de assistentes do próximo Mundial as árbitras Jess Ling (Austrália), Amelia Luciano (Estados Unidos), Amber Stamp-Dunustan (País de Gales), Holly Wood (Inglaterra) e Precious Pazani (Zimbabué), como suplente.
O quadro de árbitras principais é composto por Aimee Barrett-Theron (África do Sul), Maggie Cogger-Orr (Nova Zelândia), Sara Cox (Inglaterra), Ella Goldsmith (Austrália), Natarsha Ganley (Nova Zelândia), Aurélie Groizeleau (França), Lauren Jenner (Itália), Clara Munarini (Itália), Kat Roche (Estados Unidos) e Hollie Davidson (Escócia).
Em 2022, Maria Heitor tornou-se na primeira mulher a dirigir a final da Divisão de Honra, o principal escalão competitivo da modalidade em Portugal, um ano após o ter feito também no escalão inferior.
No ano seguinte foi nomeada, pela primeira vez, para o painel de árbitros assistentes do torneio das Seis Nações feminino, repetindo a chamada nos dois anos seguintes.
A árbitra portuguesa contabiliza, ainda, diversas nomeações para jogos do Europe Championship feminino, assim como na variante de 'sevens'.
Maria Heitor tem ainda um vasto currículo como jogadora no râguebi feminino, em que contabiliza diversos títulos nacionais e internacionais, entre passagens por Agronomia, Benfica, Loulé, Lille (França) e Sporting.
Conquistou cinco campeonatos nacionais de sevens, seis Taças de Portugal, cinco Supertaças, quatro campeonatos nacionais do principal escalão português (entre râguebi de 10, de 13 e de 15), duas Taças Ibéricas e um campeonato nacional de França.
O Campeonato do Mundo feminino de râguebi disputa-se em Inglaterra entre 22 de agosto e 27 de setembro.
Será disputado por Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, Samoa (Grupo A), Canadá, Escócia, País de Gales, Fiji (Grupo B), Nova Zelândia, Irlanda, Japão, Espanha (Grupo C), França, Itália, África do Sul e Brasil (Grupo D).