Râguebi: Portugal no lago dos tubarões antes do sorteio do Mundial-2027

A Taça Webb Ellis
A Taça Webb EllisGallo Images / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP

Quem terá de enfrentar os Springboks sul-africanos no Mundial-2027 na Austrália? Conseguirão os Wallabies, perante o seu público, reencontrar logo na fase de grupos os All Blacks neozelandeses? A resposta será conhecida na quarta-feira, em Sidney, com o sorteio.

Primeiro Mundial com 24 equipas, em vez das 20 desde a edição de 1999, e o primeiro a iniciar a fase a eliminar com oitavos de final, esta edição australiana será também a primeira organizada neste país-continente desde 2003, o único ano em que uma equipa do hemisfério norte venceu, o XV da Rosa de Jonny Wilkinson.

Há, no entanto, uma certeza para os Wallabies, sétimos do ranking mundial após os testes de outono: estarão no pote 2 e terão, por isso, de defrontar no grupo A, reservado ao país anfitrião, um dos seis gigantes do pote 1. Com a possibilidade de reencontrar a Inglaterra, 3.ª do mundo, contra quem perderam a final há 22 anos.

Ao contrário do Mundial-2023 na França, cujo sorteio se baseou num ranking mundial com quase quatro anos, um França - Nova Zelândia, um África do Sul - Irlanda ou um Inglaterra - Argentina será impossível na fase de grupos, já que estas seis equipas estão todas no pote 1.

O sorteio, realizado em Sidney nas instalações de um canal de televisão, contará com a presença do antigo abertura neozelandês Dan Carter, bicampeão do mundo (2011 e 2015), e do pilar dos Wallabies James Slipper, que se retirou este verão após a sua 151.ª internacionalização. Este sorteio irá definir seis grupos de quatro equipas, provenientes de quatro potes.

Hong Kong, novo convidado

De acordo com a classificação atual, um verdadeiro "grupo da morte" poderia, por exemplo, juntar os Springboks, os Wallabies, a Geórgia e as Samoa. Um grupo mais acessível poderia reunir o XV de França com o Japão, o Chile, que participa pela segunda vez, e Hong Kong, o estreante da competição, qualificado pela primeira vez na sua história.

Serão assim seis grupos, de A a F, dos quais sairão 16 equipas para os oitavos de final: os dois primeiros de cada grupo e os quatro melhores terceiros classificados.

Se, à partida, os membros do top 6 não deverão cruzar-se já nos oitavos de final, o sorteio dos grupos em que cada uma das 24 equipas ficará inserida poderá ter grande influência no percurso de cada uma. Assim, os grupos E ou F parecem mais favoráveis, já que os seus vencedores não poderão defrontar outro vencedor de grupo antes das meias-finais, de acordo com o quadro final já disponível.

E o ideal seria, à partida, o grupo E, pois o vencedor do grupo F poderá encontrar nos quartos de final o segundo classificado do grupo A, que poderá ser a Austrália.

Depois de conhecidos os grupos, caberá à World Rugby e ao comité organizador revelar, nos próximos meses, os estádios que irão receber cada um dos 52 jogos do programa. A única certeza para já: o jogo de abertura, na sexta-feira, 1 de outubro, com a Austrália, será disputado no Kings Park, em Perth, e a final terá lugar no sábado, 13 de novembro, em Sidney.

As restantes cidades anfitriãs da competição serão Melbourne, Adelaide, Townsville, Newcastle e Brisbane, a cidade anfitriã dos JO 2032, com um total de 2,5 milhões de bilhetes à venda a partir de meados de fevereiro.

As 24 equipas e os quatro potes para o sorteio

Pote 1: África do Sul, Nova Zelândia, Inglaterra, Irlanda, França, Argentina

Pote 2: Austrália, Fiji, Escócia, Itália, País de Gales, Japão

Pote 3: Geórgia, Uruguai, Espanha, Estados Unidos, Chile, Tonga

Pote 4: Samoa, Portugal, Roménia, Hong Kong, Zimbabué, Canadá