Em entrevista ao Onze Mondial, o atual selecionador egípcio recordou o início da carreira de treinador e a chegada à Liga Portugal.
"Nunca esquecerei o meu primeiro dia em Paços de Ferreira. Estava sozinho, olhei para a minha mala, as minhas roupas sujas e disse para mim próprio: 'Agora é tudo ou nada'", lembrou.
Numa analogia com o próprio nome, Rui Vitóriaypt lembrou o seu trajeto no futebol profissional desde o dia em que chegou à Capital do Móvel, depois de uma experiência marcante no Fátima, onde treinava ao mesmo tempo que dava aulas de Educação Física.
"É engraçado porque o lema do Paços é 'Paços, vitória e glória'. Depois estive no Vitória SC. A águia do Benfica chama-se Vitória e Al Nassr significa vitória em árabe".
No entanto, nenhuma etapa foi tão marcante como aquela que Rui Vitória viveu no Benfica. Nas quase quatro épocas que esteve nas águias, o técnico conquistou três campeonatos, com vários jovens a aparecer. Anos mais tarde, o atual selecionador do Egito lembra uma conversa com o presidente do Benfica na altura, Luís Filipe Vieira.
"Os títulos são importantes, mas são tão gratificantes como lançar estes jovens. Quando cheguei, disse ao presidente que queria construir uma equipa com espaço para cinco ou seis jovens das reservas", afirmou.
"Isso era algo novo em Portugal; nem o Benfica, nem os outros clubes grandes tinham essa política de treino. Nós mudámos esse paradigma. Modéstia à parte, acho que demos uma mensagem a Portugal de que podemos ser bem sucedidos com jogadores que vieram da formação. Desde então, todos os outros clubes seguiram essa ideia. E eu posso dizer isto: se não a seguirem, estão a caminhar para o desastre. Perdem uma mina de ouro e milhões em transferências", concluiu.