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Seis empresas e sete indivíduos acusados de corrupção nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020

A Comissão de Comércio Justo do Japão considera que o caso terá impacto na vida das pessoas
A Comissão de Comércio Justo do Japão considera que o caso terá impacto na vida das pessoasOlympics
Os procuradores japoneses acusaram seis empresas, incluindo a gigante de publicidade Dentsu, bem como sete indivíduos, por suspeita de manipulação de ofertas no valor de 320 milhões de dólares (mais de 300 milhões de euros) para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020.

A acusação surge após meses de investigações sobre alegada corrupção no planeamento e patrocínio dos Jogos de Tóquio, realizados em 2021, após um adiamento por culpa da COVID-19.

Em resposta, a Dentsu afirmou ter criado uma comissão externos, presidida por um antigo juiz do Supremo Tribunal, para rever e investigar o caso. O CEO da Dentsu Japão e outros executivos também devolverão uma parte da sua compensação durante seis meses, indicou o grupo.

"A empresa encara esta questão com seriedade e apresenta um sincero pedido de desculpas aos seus parceiros de negócio, acionistas e a todas as partes relevantes por qualquer inconveniente ou preocupação que isto possa ter causado", apontou a Dentsu em comunicado.

As empresas Hakuhodo DY Holdings Inc, Tokyu Agency Inc, Fuji Creative Corporation, Cerespo Co e Same Two Inc foram também acusadas, à semelhança de dois organizadores que estavam responsáveis pelas propostas, revelaram os procuradores.

A Hakuhodo, a Tokyo Agency e a Fuji Creative Corp também emitiram um pedido de desculpa. A Cerespo, por seu lado, não emitiu qualquer comentário, enquanto a Same Two se recusou a comentar.

Os Jogos de Tóquio ficaram ainda marcados por outro escândalo, já que Haruyuki Takahashi, antigo responsável do evento e ex-diretor da Dentsu, foi detido no ano passado por suspeita de ter recebido subornos por parte de patrocinadores dos Jogos.

A acusaçã feita esta terça-feira surge depois de a Comissão de Comércio Justo do Japão ter apresentado uma queixa criminal contra as empresas e indivíduos, citando um "enorme" impacto social e a dimensão dos contratos.

De acordo com a queixa, o conluio teve lugar em 2018 e cobriu contratos estimados num total de 43,7 mil milhões de ienes (mais de 300 milhões de euros), incluindo alguns para eventos de teste antes dos Jogos Olímpicos.

"Determinamos que este é um caso malicioso e sério, que terá impacto na vida das pessoas", declarou Goh Okumura, investigador da comissão, aos meios de comunicação social.

Dentsu, Cerespo e Fuji Creative já foram impedidos de concorrer a contratos nos ministérios da indústria, dos negócios estrangeiros e da educação durante nove meses.

Executivos da empresa de publicidade ADK Holdings, do retalhista de fatos comerciais Aoki Holdings e da editora Kadokawa foram detidos na sequência do caso de suborno.