A acusação surge após meses de investigações sobre alegada corrupção no planeamento e patrocínio dos Jogos de Tóquio, realizados em 2021, após um adiamento por culpa da COVID-19.
Em resposta, a Dentsu afirmou ter criado uma comissão externos, presidida por um antigo juiz do Supremo Tribunal, para rever e investigar o caso. O CEO da Dentsu Japão e outros executivos também devolverão uma parte da sua compensação durante seis meses, indicou o grupo.
"A empresa encara esta questão com seriedade e apresenta um sincero pedido de desculpas aos seus parceiros de negócio, acionistas e a todas as partes relevantes por qualquer inconveniente ou preocupação que isto possa ter causado", apontou a Dentsu em comunicado.
As empresas Hakuhodo DY Holdings Inc, Tokyu Agency Inc, Fuji Creative Corporation, Cerespo Co e Same Two Inc foram também acusadas, à semelhança de dois organizadores que estavam responsáveis pelas propostas, revelaram os procuradores.
A Hakuhodo, a Tokyo Agency e a Fuji Creative Corp também emitiram um pedido de desculpa. A Cerespo, por seu lado, não emitiu qualquer comentário, enquanto a Same Two se recusou a comentar.
Os Jogos de Tóquio ficaram ainda marcados por outro escândalo, já que Haruyuki Takahashi, antigo responsável do evento e ex-diretor da Dentsu, foi detido no ano passado por suspeita de ter recebido subornos por parte de patrocinadores dos Jogos.
A acusaçã feita esta terça-feira surge depois de a Comissão de Comércio Justo do Japão ter apresentado uma queixa criminal contra as empresas e indivíduos, citando um "enorme" impacto social e a dimensão dos contratos.
De acordo com a queixa, o conluio teve lugar em 2018 e cobriu contratos estimados num total de 43,7 mil milhões de ienes (mais de 300 milhões de euros), incluindo alguns para eventos de teste antes dos Jogos Olímpicos.
"Determinamos que este é um caso malicioso e sério, que terá impacto na vida das pessoas", declarou Goh Okumura, investigador da comissão, aos meios de comunicação social.
Dentsu, Cerespo e Fuji Creative já foram impedidos de concorrer a contratos nos ministérios da indústria, dos negócios estrangeiros e da educação durante nove meses.
Executivos da empresa de publicidade ADK Holdings, do retalhista de fatos comerciais Aoki Holdings e da editora Kadokawa foram detidos na sequência do caso de suborno.