“Tivemos algum nervosismo à mistura e isso fez com que existisse uma eficácia anormal na nossa equipa. Falhámos muito. Agora, conseguimos não perder a cabeça nem entrar em maluquice porque estava a correr mal. Continuámos a lutar, fomos uns campeões a sério, quisemos sempre, quisemos mais, lutámos mais, jogámos mais, somos melhores”, analisou o técnico Danilo Ferreira, citado pela Federação de Andebol de Portugal (FAP).
Em Vilnius, na Lituânia, os lusos impuseram-se na negra, com os parciais de 7-6, 9-10 e 7-0, num jogo em que João Jerónimo foi o melhor marcador, ao somar 14 pontos, quatro acima de Fatih Cuhadar, o jogador francês mais eficaz, para satisfação do selecionador.
“Parabéns aos atletas, que foram fantásticos na entrega, no querer e na atitude, dentro e fora de campo. Parabéns à FAP e a todos os que nos têm ajudado neste processo. Nós tínhamos dito que Portugal podia contar com o nosso esforço e dedicação e que íamos fazer tudo para honrar a bandeira e levar alegrias a todos. Obrigado pelo apoio”, referiu.
Portugal já tinha derrotado a França na terceira e última jornada do Grupo B da primeira fase, na sexta-feira, mas por 2-0, resultado aplicado anteriormente diante de Roménia e Espanha, tal como aconteceu nas meias, disputadas na manhã de hoje ante a Croácia.
No duelo de atribuição da medalha de bronze, a anfitriã Lituânia venceu a Croácia (2-1).
O capitão João Jerónimo admitiu que Portugal complicou a sua tarefa na final, tendo “os nervos e a ansiedade atrapalhado um bocadinho” os planos traçados por Danilo Ferreira.
“Conseguimos ir buscar o primeiro set quando a França pensava que estava ganho. No segundo, continuámos bastante nervosos, com alguma ansiedade a querer finalizar, não tomámos boas decisões no momento certo e perdemos por um ponto. No terceiro, com a exclusão do capitão francês e o desgaste físico, tornou-se ligeiramente mais fácil”, disse.
João Jerónimo foi eleito o jogador mais valioso do duelo decisivo (MVP), mas relativizou essa distinção individual, preferindo destacar o sucesso coletivo do conjunto das quinas.
“Ser campeão da Europa novamente, depois de ter sido campeão europeu e mundial (na variante com equipas de seis), é uma sensação ótima. Estou feliz, o grupo está bastante contente, é a sensação de dever cumprido. Foram 14 meses intensivos de trabalho e de muito suporte das nossas famílias. Abdicámos de muito para poder conquistar este título. Só espero que sejamos reconhecidos pelo nosso país, porque nós merecemos”, reiterou.
Maria Albertina Relvas foi considerada a melhor jogadora da prova, ao lado do espanhol Lorenzo Envo Edjang, tendo Ricardo Queirós sido o mais concretizador, após somar em cinco jogos 52 pontos, os mesmos do croata Ante Stimac, que efetuou mais um embate.
Ao aceder à partida decisiva do Europeu, Portugal qualificou-se para o Campeonato do Mundo de 2026 da categoria, no qual foi sétimo colocado na estreia, em 2024, no Egito.
O andebol em cadeira de rodas é jogado à melhor de três parciais entre equipas mistas, com duas partes de 10 minutos cada, sendo que, na variante com quatro atletas (ACR4), tem de haver, pelo menos, uma mulher em campo a tempo inteiro.
Na vertente com equipas de seis (ACR6), Portugal conquistou o Campeonato Mundial e Europeu de 2022, em Leiria, já depois de ter arrebatado uma medalha de ouro (2018), também como anfitriã, e três de prata (2015, 2016 e 2019) na principal prova continental.
