Alejandro Burzaco, ex-diretor da empresa argentina de marketing desportivo Torneos y Competencias, ouviu a sentença da juíza distrital dos Estados Unidos, Pamela Chen, no tribunal federal de Brooklyn, esta sexta-feira.
Não foi aplicada nenhuma multa, sendo que o réu já havia perdido cerca de 21,7 milhões de dólares.
Burzaco declarou-se culpado em 2015 de três acusações de conspiração de extorsão, conspiração de fraude electrónica e conspiração de lavagem de dinheiro, e concordou em cooperar com os promotores.
Admitiu ter pago subornos a funcionários da FIFA e de filiais regionais para obter direitos de comercialização de torneios, incluindo o Campeonato do Mundo e a Copa América.
Burzaco também afirmou que o Catar subornou funcionários da FIFA para acolher o Campeonato do Mundo de 2022, o que o país do Médio Oriente nega.
"Estamos muito contentes com a sentença", disse o advogado de Burzaco, Jim Walden. "Alejandro e a sua família estão gratos à juíza Chen pela sua compaixão e sabedoria, e aos procuradores por reconhecerem o bem substancial que Alejandro fez", acrescentou.
Os promotores não recomendaram uma sentença específica para Burzaco. Um porta-voz do procurador-geral dos Estados Unidos, Breon Peace, em Brooklyn, não fez comentários adicionais.
A investigação de corrupção da FIFA resultou em dezenas de condenações desde que as autoridades americanas e internacionais anunciaram as suas primeiras detenções em 2015.
Num julgamento de 2017, Burzaco disse aos jurados que pagou subornos a Juan Angel Napout, o antigo chefe do órgão regulador sul-americano CONMEBOL; ao ex-chefe do futebol brasileiro José Maria Marin e ao ex-presidente da federação de futebol do Peru, Manuel Burga, para garantir os direitos dos jogos.
Napout e Marin foram condenados e Burga foi considerado inocente.
Burzaco também testemunhou no julgamento deste ano de Hernan Lopez e Carlos Martinez, dois ex-executivos da 21st Century Fox, acusados de subornar dirigentes de futebol para obter direitos de transmissão. Lopez e a empresa de marketing desportivo Full Play Group SA foram condenados e Martinez foi absolvido.