Desde que acolheu o torneio pela primeira vez em 1977, o local serviu de cenário a uma época de ouro para o snooker, mas Hearn afirma que já não é adequado para o efeito.
Com o contrato de anfitrião a expirar dentro de dois anos, a Matchroom, que tem controlado amplamente o snooker desde 2010, está fortemente envolvida nas negociações e Hearn diz que idealmente o World Snooker Tour quer ficar.
Mas Hearn, de 76 anos, cujo filho Eddie é o presidente da Matchroom, apelou à Câmara Municipal de Sheffield para que amplie o recinto para além da sua capacidade de 980 lugares, ou arrisca-se a perder o evento.
"É preto no branco: nós adoramos o Crucible, adoramos Sheffield, mas o Crucible e Sheffield têm de nos adorar", disse Hearn, antigo presidente da Associação Mundial de Bilhar e Snooker Profissional (WPBSA), à BBC 5 Live.
"Queremos ficar, mas as finanças têm de ser tidas em consideração. As instalações onde se encontra o Crucible já não são adequadas para o efeito, essa é a questão fundamental", explicou.
A Matchroom Sport, de Hearn, também organiza jogos de dardos, que atraem multidões de vários milhares de pessoas a grandes estádios e, consequentemente, podem oferecer grandes prémios em dinheiro, e Hearn acredita que o snooker deve seguir o mesmo caminho.
"O Crucible tem sido uma grande parte da minha vida e uma grande parte da vida do snooker", disse Hearn.
"Mas tem de acompanhar os tempos e alguém, seja o governo ou Sheffield, tem de arranjar uma forma de nos mostrar que nos vai tratar com respeito e dar-nos o tipo de instalações de que precisamos. É tão simples quanto isso. Não é complicado", esclareceu.
A intimidade acolhedora do Crucible é adorada tanto pelos adeptos como pelas audiências televisivas, mas a capacidade não consegue corresponder à procura.
Um recorde de seis jogadores chineses chegou aos oitavos de final do campeonato deste ano e a China, juntamente com a Arábia Saudita, foram ambas associadas à possibilidade de acolher o torneio.
"Talvez devêssemos levar este torneio a nível mundial. Talvez devêssemos organizar o torneio um ano em Pequim, um ano na Arábia Saudita e um ano em Sheffield. Temos de acompanhar os tempos", disse Hearn.
"Estou preocupado em aumentar o prémio monetário, como fizemos com os dardos. O snooker precisa de ser mais viável comercialmente. O período do contrato termina em 2027 e precisamos de uma decisão em breve. Estou demasiado velho para fazer jogo de cintura. Preciso de 3.000 pessoas por sessão, caso contrário estou a desiludir muita gente e a perder o seu apoio. Queremos ficar em Sheffield, por isso mostrem-me o caminho. Se não, posso justificar uma rotação que leve o Campeonato do Mundo de Snooker para a estrada e o torne naquilo que é, um campeonato mundial e não apenas um campeonato para Sheffield", explicou.
Na semana passada, o Circuito Mundial de Snooker, a Câmara Municipal de Sheffield e os Teatros de Sheffield emitiram um comunicado afirmando que, devido à "natureza sensível e comercial das discussões em curso", não seria feito qualquer anúncio durante o evento deste ano.