Recorde as incidências da partida
Sérgio Conceição ainda não teve muito tempo para passar ideias e táticas, até porque chegou com a época a meio e a dias do arranque da Supertaça, com meias-finais e final para disputar, mas já conseguiu transmitir a sua intensidade a uma equipa do Milan à qual parecia, por vezes, faltar um pouco de coração.

O Inter, campeão italiano, era favorito à partida, apesar de ter perdido o encontro para a Serie A, na altura com o Milan ainda treinado por Paulo Fonseca, e a equipa de Inzaghi entrou mesmo melhor no encontro. Após algumas iniciativas junto à baliza de Maignan, o Inter chegou à vantagem numa altura delicada para a equipa, que tinha acabado de perder o turco Çalhanoglu devido a lesão.
Depois de uma meia-final desastrada frente à Atalanta, Lautaro Martínez (45'+1) abriu o marcador no período de descontos, ao trabalhar bem dentro da área após passe de Mehdi Taremi.
O avançado iraniano é uma cara bem conhecida de Sérgio Conceição, mas o antigo treinador do FC Porto talvez preferisse não ter encontrado o ex-jogador, isto porque Taremi voltou a ser decisivo no arranque da segunda parte. O Milan ainda procurava uma forma para reagir ao golo antes do intervalo quando Taremi (48') fez, com classe, o 2-0, após lançamento em profundidade de De Vrij.
O treinador português tinha surpreendido ao colocar Rafael Leão no banco de suplentes, mas o português serviu com uma arma não tão secreta que teve impacto imediato assim que foi lançado, logo a seguir ao golo de Taremi. Foi depois de uma jogada individual do jogador formado no Sporting que Theo Hernández (52') reduziu a desvantagem de livre direto e lançou o jogo para uma fase louca.
O Milan arriscou tudo para tentar chegar ao golo do empate e com isso abriu espaços que o Inter não conseguiu aproveitar. Reijnders teve o 2-2 nos pés depois de uma arrancada espetacular de Rafael Leão, mas Bastoni deu o corpo ao manifesto e evitou a igualdade.
Com uma alma pouco vista até então esta temporada, o Milan não desistiu e acabou mesmo por ser feliz, já com Abraham ao lado de Morata na frente de ataque. Theo Hernández ganhou o flanco e a movimentação dos avançados abriu espaço para o golo de Pulisic (80').
Antes do apito final, Dumfries ainda teve uma boa oportunidade para dar a vitória ao Inter, mas foi mesmo o Milan a sorrir no final. Rafael Leão, o homem dos sorrisos, teve força para uma última arrancada e entregou a Abraham (90+4) para o golo que deu a Supertaça de Itália ao Milan e ao recém-chegado Sérgio Conceição. Que história!