Fernando Verdasco está no crepúsculo da sua carreira e parece cada vez mais distante dos jogadores que costumava vencer no passado. Tanto que é preciso voltar a março de 2022 para que se encontre uma vitória sua contra um dos atuais 100 melhores jogadores (1-2 frente ao italiano Marco Cecchinato). Dias antes dessa partida, ganhou o seu último título: o Challenger de Monterrey, onde perdeu apenas dois sets nos cinco jogos que disputou, duelos esses que fizeram parte da sua última série mais produtiva, aos quais juntou duas vitórias de seguida.

O semi-finalista do Open da Austrália de 2009 foi derrotado na segunda-feira por Jason Kubler (7-6(7) e 6-0), que conquistou o primeiro set no tiebreak e, minutos mais tarde, cilindrou o espanhol, deixando-o a zero.

Não é, de todo, uma situação nova para Verdasco, que perdeu um parcial por 6-0 em três dos seus quatro encontros mais recentes, todos eles com argumentos diferentes mas com o mesmo resultado. Cedeu na ronda de abertura em Dallas (depois da qualificação), Delray Beach, Doha e Houston.

O saldo deste ano, até agora, é negativo, com três vitórias e cinco derrotas, embora o experiente tenista tenha ainda tempo para tentar inverter a situação. Os últimos precedentes não convidam ao otimismo, porque está numa má fase e a queda para o inferno é inquestionável. Sair dele parece quase utópico, especialmente se tivermos em conta a sua idade. Será difícil para Verdasco invocar energia suficiente para mudar a história de um filme que se está a aproximar do seu fim.

2023, o último ano?

"Sou uma das pessoas que mais gosta de jogar ténis, caso contrário não estaria aqui hoje. Acho que vou aguentar o máximo que puder, porque adoro e desfruto. Mesmo que perca, o que ninguém gosta que aconteça", explicou ele à agência EFE em agosto de 2022.

Nessa altura, Verdasco ocupava o 125.º lugar do ranking ATP e agora está na 232.ª posição, pelo que sofreu uma queda muito significativa. A recente derrota contra o australiano não ajuda a evitar esta queda imparável.

Meses depois, em janeiro de 2023, desta vez numa entrevista para o jornal Marca, o espanhol assumiu que este poderia ser o seu último ano como profissional, mas ficou mostrou-se entusiasmado: "Quero ver como corre esta temporada e como o meu corpo responde, tentando escolher os torneios um pouco melhor. Quando terminar, será altura de decidir se continuo ou não. Já tive uma boa pré-época e estou ansioso por isso. A única coisa que quero é fazer o meu melhor e dar-me mais uma oportunidade".