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O número um do mundo chega à decisão de domingo em Melbourne Park com uma série de 20 vitórias consecutivas, tendo perdido apenas dois sets nos seis jogos que disputou até agora. Sinner é o favorito para garantir a terceira coroa de um Grand Slam e a segunda no Open da Austrália, depois do primeiro triunfo sobre Daniil Medvedev no ano passado.
Apenas três outros homens conseguiram esse feito na Rod Laver Arena desde o início do século - Andre Agassi, Roger Federer e Novak Djokovic. Mas o italiano, que sofreu cãibras na meia-final com Ben Shelton, deu ao alemão Zverev um vislumbre de esperança antes do seu confronto.
"Não", respondeu, quando lhe perguntaram se era imbatível na campanha em Melbourne, depois de ter ganho oito títulos no ano passado, incluindo o Open dos Estados Unidos e o ATP Finals.
"Sei que me dediquei muito ao trabalho. Sei que tento manter-me calmo e nunca tomo as coisas como garantidas. Estou bem preparado, para ser sincero. Todos os dias são um grande desafio. Todos os dias temos um adversário diferente. Por vezes, temos alguns problemas e depois tentamos perceber o que é melhor para esse dia e tentamos fazer o que é melhor. Toda a gente comete erros. Ninguém é perfeito", acrescentou.
Esta afirmação vai fazer furor aos ouvidos do número dois mundial, Zverev, há muito visto como o talento mais insatisfeito do desporto, sem um título do Grand Slam após uma década de tentativas. O alemão cresceu nos últimos meses e está também numa maré de sorte, tendo vencido 16 dos últimos 17 jogos desde o título conquistado no Masters de Paris, em novembro.
Tem um registo de 4 vitórias e duas derrotas sobre o italiano, mas o jogador de 27 anos sabe muito bem que ficou aquém das expectativas nos maiores palcos do ténis. Zverev desperdiçou uma vantagem de dois sets contra Dominic Thiem na final do US Open de 2020 e desperdiçou uma vantagem de 2-1 no jogo do título do Open de França contra Carlos Alcaraz no ano passado.
Apesar de uma década de tentativas, estes continuam a ser os seus pontos altos em Grand Slams.
"Batalha difícil"
Após a desilusão do Open de França, voltou a juntar-se com o conceituado treinador Jez Green e tem-se concentrado em atingir o pico de forma física para poder enfrentar jogadores como Sinner e Alcaraz.
"Também já o disse depois da final do Open de França, fiquei cansado contra o Carlos. Simplesmente cansei-me no quarto e quinto sets. Houve alguns momentos de azar. Em geral, cansei-me e não queria que isso acontecesse este ano. Jannik tem sido o melhor jogador do mundo nos últimos 12 meses. Não há dúvida sobre isso. Ganhou dois Grand Slams, tem sido muito, muito estável nesse aspeto. Tenho a certeza de que vai ser uma batalha difícil no domingo", admitiu.
O treinador de Sinner, Darren Cahill, disse que não era surpresa ver o pupilo de volta à final, mas mostrou cautela com a ameaça representada pelo desejo de Zverev de finalmente ganhar um Slam.
"Ele é uma besta física. Colocou anos de trabalho no corpo. É um grande atleta e tem um ótimo registo em (jogos de) cinco sets. Os dois estão fisicamente preparados. São ambos atletas incríveis. É o número um e o número dois do mundo, por isso é a final perfeita no que diz respeito às classificações", atirou.