Para cumprir o sonho de sagrar-se campeão olímpico de singulares em Paris-2024, o jogador sérvio pareceu abdicar de aumentar o seu pecúlio em majors, nos quais é recordista, com 24, terminando mesmo a temporada sem qualquer novo troféu nestes torneios pela primeira vez desde 2017.
O recordista de vitórias no Open da Austrália (são 10 títulos, o último dos quais em 2023) está, contudo, apostado em ampliar a sua lenda, tendo, para isso, contratado o antigo grande rival Andy Murray, recentemente reformado, como treinador.
Com 37 anos, Djoko, atualmente sétimo do ranking ATP, não tem a frescura de outrora, mas nunca poderá ser descartado como um dos principais favoritos, seja pela sua experiência ou pela capacidade de se reinventar e superar as adversidades.
Em Melbourne Park o favorito é, no entanto, Jannik Sinner, o italiano que fez história em 2024 ao tornar-se no primeiro tenista a vencer dois Grand Slams (os Opens da Austrália e dos Estados Unidos), as ATP Finals e a Taça Davis na mesma temporada e num ano em que teve de lidar com um caso de doping, ainda pendente de decisão no Tribunal Arbitral do Desporto.
Número um mundial, o tenista de 23 anos não joga desde que ajudou a Itália a erguer a Saladeira pela terceira vez, a segunda consecutiva, e fará o seu regresso aos courts no Happy Slam, onde procurará defender com sucesso o título conquistado há um ano frente ao russo Daniil Medvedev, já três vezes finalista derrotado e outro dos nomes a ter em conta na lista de candidatos.
Outro dos inevitáveis é Carlos Alcaraz, com o espanhol de 21 anos à procura de completar o Grand Slam de carreira, no torneio que decorre entre domingo e 26 de janeiro, depois de ter vencido Wimbledon (2023 e 2024), Roland Garros (2024) e Open dos Estados Unidos (2022) – pode cruzar-se com Djoko nos quartos de final.
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Menos favorito é Alexander Zverev, apesar da segunda posição que ocupa no ranking ATP; o alemão chegou às meias em Melbourne no ano passado e à final em Roland Garros, mas, aos 27 anos, continua sem ganhar o prometido Grand Slam, tendo uma enésima oportunidade para o tentar.
Com apenas três antigos campeões presentes – o outro é Stan Wawrinka, o vencedor de 2014, que recebeu um convite da organização -, o Open da Austrália marcará também o regresso aos Grand Slams do polémico Nick Kyrgios, após mais de dois anos de ausência devido a lesão, e contará ainda com os portugueses Nuno Borges, que retomará a velha parceria com Francisco Cabral nos pares, e Jaime Faria.
Aos 21 anos, o lisboeta venceu três encontros do qualifying para estrear-se em majors e tornar-se no 10.º tenista nacional a disputar um Grand Slam.
Do lado feminino, Aryna Sabalenka é a favorita número um, não só por ser esse o lugar que ocupa no ranking WTA, mas por ser a bicampeã em título.
A bielorrussa aspira a ser a primeira tenista a conquistar três títulos consecutivos desde Martina Hingis, em 1999, e ninguém parece capaz de contrariar a sua supremacia em Melbourne Park, sustentada também pelo recente título em Brisbane.
Mais do que a campeã olímpica Zheng Qinwen, finalista derrotada no ano passado, a grande adversária de Sabalenka será Iga Swiatek, a polaca que a também vencedora do último Open dos Estados Unidos destronou na liderança da hierarquia mundial.
A jogadora de 23 anos esteve um mês suspensa devido a um controlo antidoping positivo a trimetazidina, falhou a parte final da época, disputando apenas as WTA Finals, em novembro, e quer agora recuperar a sua imagem e também a sua carreira, com o título na Austrália a ser o bálsamo ideal.
Últimos vencedores (masculino):
2024: Jannik Sinner, Itália
2023: Novak Djokovic, Sérvia
2022: Rafael Nadal, Espanha
2021: Novak Djokovic, Sérvia
2020: Novak Djokovic, Sérvia
Últimas vencedoras (feminino):
2024: Aryna Sabalenka, Bielorrússia
2023: Aryna Sabalenka, Bielorrússia
2022: Ashleigh Barty, Austrália
2021: Naomi Osaka, Japão
2020: Sofia Kenin, EUA