Mais do que as dificuldades criadas pelo 13.º jogador mundial – e foram muitas -, o campeão em título debateu-se com o intenso calor que se fez sentir esta segunda-feira em Melbourne Park, chegando mesmo a ser assistido fora do court durante o terceiro set da sua vitória por 6-3, 3-6, 6-3 e 6-2.
“Viram que hoje (segunda-feira) estava a ter dificuldades físicas. Sabia que ia ser muito, muito difícil hoje (segunda-feira). Estava a jogar contra um adversário complicado, mas também um bocadinho contra mim”, assumiu, já depois de ter responsabilizado o público por tê-lo empurrado rumo aos quartos de final.
Aos 23 anos, o número um mundial está pela terceira vez entre o top 8 do primeiro Grand Slam da temporada – a outra foi em 2022 -, indo defrontar na próxima ronda o australiano Alex de Minaur, vencedor por 6-0, 7-6 (7-5) e 6-3, diante do norte-americano Alex Michelsen (42.º).
A nona jornada do Open da Austrália representou, por outro lado, o fim do sonho das duas grandes sensações no quadro masculino desta edição do primeiro major da temporada: primeiro, foi o qualifier Learner Tien a cair diante de Lorenzo Sonego e, depois, foi Gaël Monfils a desistir diante de Ben Shelton.
Depois de se tornar no mais jovem tenista a alcançar os oitavos em Melbourne Park desde Rafael Nadal em 2005, o norte-americano de 19 anos, 121.º jogador mundial, perdeu por 6-3, 6-2, 3-6 e 6-1 frente ao italiano, que ocupa o 55.º posto da hierarquia ATP e é agora o jogador com pior ranking nos quartos de final.
Nos quartos, Sonego vai defrontar Shelton, que se impôs no duelo de gerações diante do veterano Gaël Monfils: o norte-americano de 22 anos viu o francês, 16 anos mais velho, desistir devido a problemas físicos quando comandava por 7-6 (7-3), 6-7 (3-7), 7-6 (7-2) e 1-0, decorridas quase três horas.
O 20.º tenista mundial não conseguiu esconder a deceção quando La Monf se encaminhou para a rede, finalmente derrotado pelo físico, depois de ter somado oito triunfos consecutivos no arranque da temporada – foi campeão em Auckland – e de ter afastado Taylor Fritz, número quatro ATP, há dois dias.
“O Gaël é alguém que vejo jogar desde miúdo, digo sempre que ele é o maior produtor de melhores momentos e vimos algo disso esta noite. Aos 38 anos, espero ainda conseguir andar sem muletas. Levar-me ao limite como levou hoje (segunda-feira) e entreter toda a gente na Nova Zelândia e na Austrália como fez nas últimas semanas é impressionante”, reconheceu Shelton.
No entanto, nem tudo foram más notícias para Monfils, já que a mulher Elina Svitolina avançou para os quartos de final, ao ganhar à russa Veronika Kudermetova (75.º), por 6-4 e 6-1.
No regresso aos quartos, fase que alcançou em 2018 e 2019, a 27.ª jogadora mundial terá pela frente a norte-americana Madison Keys, que derrotou Elena Rybakina, a sexta cabeça de série e vice-campeã de 2023, por 6-3, 1-6 e 6-3.
A 19.ª cabeça de série vai agora procurar igualar o seu melhor resultado em Melbourne Park, onde foi semifinalista em 2015 e 2022.
Nos quartos, e em modo expresso, está também Iga Swiatek, que perdeu apenas quatro jogos nas últimas três rondas, num total de 11 cedidos até ao momento. Esta segunda-feira, a número dois mundial pôs um ponto final na caminhada da lucky loser Eva Lys, com os parciais de 6-0 e 6-1, em menos de uma hora.
Primeira lucky loser a alcançar os oitavos no quadro feminino desde que o primeiro Grand Slam da temporada se mudou para Melbourne Park, em 1988, a alemã, 128.ª classificada do ranking WTA, festejou mesmo o único jogo conquistado diante da tricampeã em título de Roland Garros, tal tem sido a supremacia evidenciada pela polaca.
Semifinalista em 2022, Swiatek lutará por um lugar nas meias diante da norte-americana Emma Navarro, a oitava tenista mundial, que se impôs à nona cabeça de série, a russa Daria Kasatkina, por 6-4, 5-7 e 7-5, em duas horas e 40 minutos, para se estrear nos quartos na Austrália.