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Síntese do Open da Austrália: Djokovic venceu a final antecipada com Alcaraz na despedida lusa

Djokovic venceu Alcaraz em mais um encontro épico
Djokovic venceu Alcaraz em mais um encontro épicoADRIAN DENNIS/AFP
Novak Djokovic superiorizou-se esta terça-feira a Carlos Alcaraz para garantir, pela 50.ª vez na carreira, a presença nas ‘meias’ de um Grand Slam, com os tenistas portugueses Nuno Borges e Francisco Cabral a despedirem-se do Open da Austrália.

Perante um Carlitos inconstante, o sérvio de 37 anos ampliou a sua lenda, sendo o primeiro tenista da Era Open a chegar a 50 semifinais do Grand Slam, com um triunfo por 4-6, 6-4, 6-3 e 6-4, em três horas e 37 minutos.

“Só desejava que este encontro fosse uma final”, desabafou Djokovic no final do encontro dos quartos de final, já depois de manifestar o seu “grande respeito e admiração” pelo seu adversário desta terça-feira.

No dia em que Nuno Borges e Francisco Cabral se despediram de Melbourne Park, após o seu percurso histórico – foram a primeira dupla totalmente lusa a chegar aos quartos de final de um Grand Slam -, com uma derrota por 6-4 e 7-6 (7-4) diante dos terceiros cabeças de série e vice-campeões em título, os italianos Simone Bolelli e Andrea Vavassori, Alcaraz e Djoko protagonizaram o duelo de cartaz.

O antigo número um mundial recebeu assistência médica mesmo antes de perder o primeiro parcial e o momento de pausa parece ter funcionado a seu favor, com o sérvio a quebrar o serviço do jovem espanhol de 21 anos logo no segundo jogo. No entanto, Carlitos devolveu o break, antes de ser novamente quebrado, para perder o segundo set.

“Não sei se teria continuado se tivesse perdido o segundo parcial”, reconheceu no final, alegando que a medicação que tomou na pausa médica foi fundamental para manter-se no encontro.

Recordista de títulos do Grand Slam (24) e do Open da Austrália (10), o atual número sete mundial aproveitou um mau momento do homem que o bateu na final das últimas duas edições de Wimbledon, particularmente desastrado e errático no terceiro set, para embalar para o triunfo no parcial.

Fora do encontro, Alcaraz, que procurava tornar-se no tenista mais jovem a completar o Grand Slam de carreira e vingar-se da derrota sofrida na final do torneio olímpico de Paris-2024, sofreu o break logo de entrada e não mais conseguiu recuperar, embora ainda tenha tido duas oportunidades, magistralmente anuladas por Djokovic, no oitavo jogo do quarto set.

Nas meias, o sérvio vai defrontar Alexander Zverev, o número dois mundial que derrotou o norte-americano Tommy Paul, por 7-6 (7-1), 7-6 (7-0), 2-6 e 6-1, em três horas e 28 minutos.

O alemão está pelo segundo ano consecutivo e pela terceira vez na carreira nas meias-finais em Melbourne Park, mas tem as estatísticas contra si no frente a frente com Djoko, que lidera por 8-4 o confronto direto e nunca perdeu com o segundo da hierarquia mundial em Grand Slams.

Com a vitória frente ao 11.º jogador mundial, Zverev tornou-se no tenista germânico de sempre com mais triunfos no Open da Austrália (30), superando Boris Becker, que venceu o torneio duas vezes (1991 e 1996).

“A grande diferença é que o Boris ergueu o troféu duas vezes e eu não. Na minha opinião, isso é mais importante do que o número de jogos ganhos”, ressalvou Sascha, que nunca conquistou um Grand Slam – foi finalista em Roland Garros (2024) e no Open dos Estados Unidos (2020).

Quem está pela primeira vez nas meias de um major é Paula Badosa, a espanhola que há um ano ponderou acabar a carreira, devido a uma lesão crónica nas costas, e eliminou a norte-americana Coco Gauff, número três mundial, com os parciais de 7-5 e 6-4, em uma hora e 43 minutos.

Para alcançar as meias-finais do Open da Austrália, a 12.ª classificada do ranking WTA, que no início da época passada era apenas 100.ª do mundo, bateu pela primeira vez uma top 10 num major, impedindo a campeã da edição de 2023 do Open dos Estados Unidos de chegar pelo segundo ano consecutivo a esta fase do torneio.

“Há um ano, estava aqui com a minha lesão nas costas e não sabia se tinha de abandonar esta modalidade, e agora estou aqui, a jogar contra as melhores do mundo. Ganhei, estou nas semifinais… Nunca pensei estar aqui um ano depois”, assumiu, emocionada, a antiga número dois mundial.

Agora, Badosa vai defrontar a sua melhor amiga no circuito, a número um mundial Aryna Sabalenka, colocada à prova pela russa Anastasia Pavlyuchenkova (32.ª), mas vencedora com os parciais de 6-2, 2-6 e 6-3.

“Estou mesmo contente por, em algum momento, ter conseguido recompor-me e ‘regressar’ ao encontro. Consegui continuar a lutar, a tentar, e dar a volta a este encontro, que foi bem difícil”, congratulou-se a bielorrussa, depois de se tornar na primeira jogadora desde Maria Sharapova, em 2008, a alcançar 10 semifinais em majors.

Bicampeã em título, Sabalenka ganhou 22 dos últimos 23 encontros que disputou num Grand Slam após ganhar o primeiro set.