Com o primeiro torneio do Grand Slam do ano terminado e acabado, é altura de recordar algumas das lições que aprendemos durante duas semanas frenéticas, após as quais Jannik Sinner e Madison Keys podem dar o salto quase obrigatório para o rio Yarra como vencedores do Open da Austrália.
Ninguém pode ficar surpreendido com o facto de Jannik Sinner ter ganho o seu terceiro Major e o segundo título consecutivo do Open da Austrália em Melbourne. O italiano estabeleceu uma vantagem de quase 4000 pontos no ranking ATP para Alexander Zverev e apenas uma potencial condenação por doping parece ser capaz de diminuir a sua posição de número um do mundo.
Não havia muito que indicasse que Madison Keys seria capaz de superar Aryna Sabalenka na final do Open da Austrália quando Keys, na preparação para o torneio, perdeu com a desconhecida dinamarquesa Clara Tauson nas meias-finais do torneio em Auckland, mas recuperou bem dessa desilusão para vencer o torneio em Adelaide, pouco antes de Melbourne.
Três americanas entre as sete primeiras
Keys também esteve finalmente à altura das expectativas que pesavam sobre ela há uma década, mas à entrada para o torneio parecia ter sido ultrapassada por Coco Gauff, Emma Navarro e Jessica Pegula, com as americanas a terem agora três mulheres no top 7 da WTA, enquanto três também chegaram pelo menos aos quartos de final.
A espanhola Paula Badosa, no entanto, deve ser considerada a verdadeira vencedora do Open da Austrália no lado feminino, pois lutou contra uma lesão e uma depressão para alcançar os seus antigos níveis elevados. A temporada de 2023 de Badosa foi prejudicada por lesões nas costas. Uma fratura de stress obrigou-a a não participar no Open de França e foi forçada a retirar-se em Wimbledon.
As dores persistiram e demorou seis meses até voltar a entrar em court, antes de lhe ser dito que os problemas nas costas poderiam pôr fim à sua carreira, em março de 2024. Sabendo-se que lutou contra a depressão e a ansiedade no início da sua carreira, todos os amantes do ténis aplaudiram, sem dúvida, a sua imensa corrida até às meias-finais do Open da Austrália deste ano, onde eliminou Coco Gauff pelo caminho.
Os erros embaraçosos das emissoras
O Open da Austrália proporciona todos os anos um espetáculo fantástico. Há uma excitação especial no ar que antecede o primeiro torneio do Grand Slam do ano, mas não seria justo dizer que os media e os fãs australianos contribuíram para a vibração positiva em torno do torneio deste ano.
Novak Djokovic recusou-se a dar entrevistas no campo ao Channel Nine, a emissora oficial do torneio na Austrália, depois de o comentador Toby Jones se ter tornado famoso ao fazer comentários desrespeitosos sobre Novak Djokovic. Ao mesmo tempo, Ben Shelton criticou o facto de as entrevistas no campo não serem profissionais.
O momento mais controverso do torneio foi, sem dúvida, quando a controversa Danielle Collins soprou beijos para os adeptos e lhes agradeceu, na sua entrevista no court, por lhe terem proporcionado um "ordenado chorudo", depois de a multidão ter apoiado vivamente a favorita local Destanee Aiava nos 16 avos-de-final.
Enquanto os anteriores finalistas do Grand Slam Daniil Medvedev e Stefanos Tsitsipas foram, sem dúvida, os grandes derrotados do torneio, com desaires surpreendentes nas primeiras rondas, o veterano francês Gael Monfils provou que, apesar dos 38 anos, está longe de estar acabado.
Monfils, que é casado com a estrela ucraniana Elina Svitolina, venceu o ASB Classic antes do torneio e chegou à quarta ronda em Melbourne, depois de derrotar o favorito americano Taylor Fritz na terceira ronda, antes de ser forçado a retirar-se devido a uma lesão contra Ben Shelton.
Jogadas da semana:
Os nossos rallies da semana, claro, vêm de Melbourne, onde Jannik Sinner derrotou Holger Rune numa batalha enfática de físico, técnica e poder mental, enquanto Botic van der Zandschulp produziu um incrível tweener para negar Alex Di Minaur
Torneios desta semana:
O Torneio ATP 250 em Montpellier, França, será o aperitivo antes da 1.ª ronda da Taça Davis, que se joga de 31 de janeiro a 2 de fevereiro
O WTA Tour tem duas opções durante esta semana, com o torneio WTA-250 em Singapura e o torneio WTA 500 em Linz.