Já depois de Sabalenka, líder do ranking mundial e vencedora das duas últimas edições do ‘Happy Slam’, ter afastado Paula Badosa, 12.ª, esperava-se que Swiatek, segunda, também confirmasse o favoritismo perante Keys, mas a 14.ª tenista do mundo causou uma das surpresas do torneio e regressa à final de um torneio do Grand Slam, depois de ter perdido a dos Estados Unidos em 2017.
Num encontro algo caótico, com constantes quebras de serviço, Madison Keys, que salvou um ‘match point’, impôs a Iga Swiatek uma derrota por por 5-7, 6-1 e 7-6 (10-8), em duas horas e 35 minutos.
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“Ainda não voltei à terra, mas vou estar aqui no sábado”, disse, à Eurosport, uma sorridente Madison Keys, que somou a sua 11.ª vitória consecutiva, melhorando o seu recorde pessoal.
Nos dois primeiros parciais, as duas tenistas sentiram grandes dificuldades para segurarem os seus jogos de serviço e registaram-se 12 ‘breaks’ em 19 jogos, sendo que, no segundo set, Swiatek não conseguiu segurar nunca o seu saque.
No terceiro set, foi preciso esperar pelos dois últimos jogos para as primeiras quebras de serviço, com Swiatek a quebrar primeiro, colocando o resultado em 6-5, mas, a servir para garantir a presença na final, a polaca acabou por desperdiçar um ponto de encontro e permitir novo ‘break’ que levou o encontro para o ‘tie-break’ decisivo, no qual Keys cometeu menos erros.
“Apenas pensava em conseguir todos os pontos e tentar manter-me perto. Pensei que se conseguisse a liderança no fim ia correr bem. Continuei a dizer a mim própria ‘mais um ponto, mais um ponto, mais um ponto’”, disse.
Antes de chegar à meia-final, Swiatek, vencedora de quatro Roland Garros e um Open dos Estados Unidos, tinha cedido apenas 14 jogos e nenhum set, menos do que perdeu só hoje, na meia-final, em que esteve demasiado errática, voltando a cair nesta fase da prova, como tinha acontecido em 2022.
Num encontro entre duas grandes amigas, bem visível na troca de sorrisos quando a Paula Badosa caiu durante um ponto, Sabalenka fez valer o seu favoritismo e derrotou a espanhola, 12.ª do mundo, por 6-4 e 6-2, em uma hora e 26 minutos.
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“Estou tão orgulhosa de mim própria. Foi um jogo muito difícil frente a uma amiga. Espero que ela ainda seja minha amiga, tenho a certeza de que me vai odiar na próxima hora, ou um dia ou dois”, disse Sabalenka.
Na sua primeira meia-final num ‘major’, Badosa ainda ameaçou a superioridade de Sabalenka no início do encontro, ao chegar ao 2-0 no primeiro set, mas, a partir daí, a bielorrussa partiu para uma vitória confortável, permitindo apenas mais oito pontos à espanhola nos seus oito seguintes jogos de serviço.
Sabalenka tornou-se a primeira tenista a atingir três finais consecutivas em Melbourne depois da norte-americana Serena Williams e, aos 26 anos, é a mais nova a consegui-lo desde a suíça Martina Hingis.
Se vencer o seu terceiro título consecutivo em Melbourne, Sabalenka será a primeira a fazê-lo desde 1999, quando Hingis conseguiu esse feito, anteriormente alcançado pela australiana Goolagong Cawley, pela alemã Steffi Graf e pela norte-americana Monica Seles.
“É um privilégio. Se conseguir pôr o meu nome na história, vai significar o mundo para mim”, assegurou.
Esta foi ainda a sua 20.ª vitória consecutiva no Open da Austrália, algo que na última década apenas tinha sido conseguido por Serena Williams no Open dos Estados e em Wimbledon, e por Iga Swiatek em Roland Garros.
Com um arranque perfeito de temporada, Sabalenka somou o 11.º triunfo em outros tantos encontros em 2025 e o 13.º seguido em torneios do Grand Slam, juntando os seis em Melbourne aos sete conseguidos para conquistar o Open dos Estados Unidos.
A aguardada final entre Swiatek e Sabalenka iria decidir quem seria a número um mundial, estatuto que a bielorrussa vai manter na segunda-feira, na nova atualização do ranking.
Este será o sexto encontro entre Madison Keys e Aryna Sabalenka, que venceu quatro dos anteriores, entre os quais os dois em torneios do Grand Slam, nas meias-finais do Open dos Estados em 2023 e nos quartos de final de Wimbledon no mesmo ano.