Depois de uma pré-temporada menos intensa do que o habitual, a jogadora mais velha da hierarquia feminina (33 anos) está a conseguir "lidar com as jogadoras mais jovens e manter-se motivada" antes de defrontar a bielorrussa, a quem venceu duas vezes em três encontros.
- Está surpreendida por se encontrar nos quartos de final ou acha que ainda tem ténis para isso?
- Sim, estou realmente surpreendida. Este ano, o objetivo é divertir-me. Também digo a mim própria que estou demasiado velha para estar no circuito, o que em parte é verdade. (...) De facto, tive uma pré-época mais calma. Adotei uma abordagem diferente. Disse a mim própria que ia viver um dia de cada vez, uma sessão de treino de cada vez, e depois logo se veria. Foi um pouco mais calmo e descontraído. O meu objetivo era manter-me motivada e entusiasmada para o Open da Austrália e para o resto da época. Penso que foi muito bem sucedido.
- Depois do jogo, escreveu "demasiado velha" na câmara. Como é que se sente em comparação com as épocas anteriores?
- Na verdade, não me sinto assim tão velha. Surpreendentemente, o meu corpo está ótimo (sorriso). Comecei a época sem saber como ia correr, porque o nível é muito elevado. As raparigas servem muito forte e a velocidade é diferente. Mas consegui aguentar e ainda cá estou. Este ano não estou a jogar em pares. Isso dá-me um pouco mais de motivação e energia.
- Contra Sabalenka, a pressão vai estar do lado dela, por isso não tem nada a perder?
- Não sinto qualquer pressão neste torneio. Mesmo na primeira ronda, não senti qualquer pressão. Na segunda ronda, joguei contra a Anastasia (Potapova, 36.ª). Ela tem 23 anos e temos 10 anos de diferença. Na realidade, ela teria de me ganhar por 6-1, 6-1, dizer-me para pousar a raquete e parar de jogar. Era o que eu faria se tivesse 23 anos, mas já não é o caso. Não é só contra a Aryna, já não tenho essa pressão. Só quero divertir-me.
- Não é frustrante que, com uma grande pré-época, tudo possa acabar na primeira ronda e que, com uma opção mais calma, estejamos nos quartos de final?
- Diria que é uma coisa muito boa. Antes era muito frustrante, porque era uma pressão extra quando eu era mais nova. Tive algumas pré-temporadas muito difíceis. Mesmo este ano, não foi tão difícil como antes, mas continuei a treinar todos os dias. Também é preciso ter em conta que há 127 outras raparigas que podem ter trabalhado ainda mais do que nós. É uma questão de encontrar soluções.