O antigo formato de encontros em casa e fora, realizados durante alguns dias todos os anos, foi abolido pela Federação Internacional de Ténis (ITF) em 2019, e este ano a final eight em Bolonha começa dois dias após a final do ATP Finals em Turim, no domingo.
Sinner, que está nas meias-finais desse torneio e integrou a seleção italiana que venceu as duas últimas Taças Davis, excluiu-se da convocatória para se focar na preparação da defesa do título no Open da Austrália.
"Infelizmente, nunca joguei a Taça Davis, a verdadeira Taça Davis, em que se joga fora, na Argentina ou no Brasil, com o estádio inteiro a apoiar a equipa adversária. Pode acontecer que a Austrália jogue contra os EUA no próximo ano em Bolonha. Não se sente o verdadeiro espírito da Taça Davis", disse Sinner após a vitória sobre Ben Shelton na sexta-feira.
O calendário exaustivo e a ausência de uma verdadeira pré-época continuam a ser tema de debate. O sindicato de tenistas, a Professional Tennis Player's Association, avançou com um processo judicial contra as entidades reguladoras do ténis em março, classificando a situação como insustentável.
"Com este calendário, é difícil que todos os anos cada país tenha os melhores jogadores do mundo na Taça Davis. O que gostaria era que a Taça Davis se disputasse ao longo de dois anos. Podem marcar as meias-finais no início do ano e a final no final do ano", afirmou Sinner.
O número um mundial Alcaraz, que este ano representa Espanha e também está nas meias-finais do ATP Finals, foi questionado sobre a Taça Davis após a vitória sobre Lorenzo Musetti na quinta-feira, depois do transalpino se ter retirado da sua seleção.
"Se o torneio se disputar a cada dois ou três anos, o compromisso dos jogadores será ainda maior, porque é algo único, é diferente. Não é possível jogar todos os anos. Diria que têm de fazer algo para tornar a Taça Davis única", disse Alcaraz.
O presidente da ATP, Gaudenzi, falou aos jornalistas em Turim na quinta-feira e também abordou o tema da Taça Davis ao comentar os problemas de calendário.
"Gosto mesmo muito da Taça Davis. Acho que é um evento extraordinário. Devíamos unir esforços para que se torne o Mundial do ténis. No mundo ideal, penso que a Taça Davis poderia voltar ao formato casa e fora e ser disputada ao longo de dois anos", afirmou Gaudenzi.
O alemão Alexander Zverev vai competir em Bolonha e na sexta-feira foi eliminado do ATP Finals após perder com Felix Auger-Aliassime.
"A verdadeira Taça Davis são os encontros em casa e fora. Não considero que esta Taça Davis seja a verdadeira. É quase um torneio de exibição, que se chama Taça Davis. Jogar contra Itália em Itália seria um ambiente completamente diferente de jogar contra Itália em Espanha. Joguei contra Rafa Nadal numa praça de touros. Para mim, isso é a verdadeira Taça Davis", disse Zverev.
