A edição de 2024 do "Mundial de Ténis", como a ITF lhe chama, foi excecional em vários aspetos.
Pela primeira vez, a fase final das duas competições teve lugar na mesma cidade, Málaga (Espanha), e praticamente nas mesmas datas: de 14 a 20 de novembro para a Taça BJK (antiga FedCup, que deveria inicialmente ter sido disputada em Sevilha) e de 19 a 24 de novembro para a Taça Davis.
A competição masculina ficou marcada, sobretudo, pela despedida da lenda do ténis Rafael Nadal, após 23 anos de carreira profissional. De acordo com o Presidente da ITF, David Haggerty, a Taça Davis terá uma "assistência fantástica", com 65.000 espectadores durante os seis dias de competição, contra 60.000 em 2023.
Apesar da eliminação precoce do país anfitrião e das suas estrelas (o número 3 do mundo Carlos Alcaraz e Rafael Nadal), as bancadas do Palais des Sports mantiveram-se bastante cheias, com os espectadores italianos em particular a virem aplaudir o seu ídolo Jannik Sinner (1.º no ranking ATP).
A Taça BJK foi mais confusa, não tendo sido divulgados números de assistência.
Taça BJK procura público
Abrigado por uma grande tenda branca e rodeado de bancadas metálicas pouco favoráveis à concentração das jogadoras, o court reservado à competição feminina teve dificuldades em atrair o público, apesar de os adeptos italianos e polacos terem proporcionado o ambiente para os jogos de Jasmine Paolini e Iga Swiatek.
No final de uma longa época, várias estrelas americanas (Coco Gauff, Jessica Pegula) e checas (Barbora Krejcikova, Karolina Muchova) estiveram ausentes em Málaga, apesar de os dois países terem 29 títulos da Taça BJK entre si.
A edição de 2024 das duas competições "foi uma oportunidade fantástica para ver quais seriam os pontos fortes e os potenciais desafios operacionais" de duas finais simultâneas realizadas no mesmo local, disse David Haggerty.
Por outras palavras, não é certo que a Final 8 da Taça BJK e a Taça Davis se realizem na mesma cidade em 2025. As outras cidades anfitriãs também ainda não foram decididas, tendo a ITF recebido "duas ou três boas propostas" para cada competição, segundo o seu presidente.
A escolha do organizador dependerá de "uma série de fatores", explicou David Haggerty, "mas o mais importante é garantir que as competições tenham um perfil elevado. Não se trata de uma questão de dinheiro", insistiu. A única certeza é que o formato dos dois torneios vai mudar a partir de 2025.
"Equilíbrio"
Na vertente masculina, a fase de grupos em setembro, em que 16 equipas disputavam em quatro cidades diferentes os lugares de acesso à final, será substituída por sete jogos a eliminar, disputados num dos dois países em competição.
"Sempre quisemos encontrar um equilíbrio entre a tradição da Taça Davis e a inovação da Final 8", afirmou David Haggerty.
A partir de 2025, as finais da Taça BJK serão baseadas na Taça Davis, com oito equipas em vez de doze. Divididos em grupos de três nações, 21 países competirão em abril por sete bilhetes para a fase final, com o país anfitrião a receber o oitavo e último bilhete.
Será que estas alterações vão convencer as estrelas do circuito a defender as suas cores nacionais em 2025, num calendário já muito preenchido?
"Por mais mudanças que façamos no futuro, tudo depende dos jogadores e do seu desejo de representar o seu país", disse Feliciano Lopez, diretor das finais da Taça Davis, no domingo.
Para Alex Hughes, Diretor de Grandes Eventos da ITF, "tivemos muita sorte este ano: Andy Murray retirou-se nos Jogos Olímpicos e Rafael Nadal" na Taça Davis, duas provas da seleção: "Não creio que seja uma coincidência".