"Não haverá nada até ao final do ano", declarou Olivier Niggli, diretor-geral da AMA, numa entrevista concedida na quinta-feira. Sinner interpôs recurso junto do TAS em setembro, um mês depois de o tribunal de primeira instância ter ilibado amplamente o jogador italiano.
Depois de ter testado positivo para o anabolizante clostébol em duas ocasiões, em março de 2024, o vencedor do Open da Austrália e do Open dos Estados Unidos "não cometeu qualquer falta ou negligência", como decidiu um tribunal independente encomendado pela Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA) no final de agosto.
Sinner afirma que foi contaminado por um membro da sua equipa médica, que alegadamente aplicou um spray de venda livre que continha clostébol na sua própria mão antes de massajar o jogador italiano, permitindo assim que a substância proibida entrasse acidentalmente no seu corpo.
Esta explicação foi aceite pelo ITIA e pelo tribunal independente, mas não convenceu totalmente a AMA. A autoridade antidopagem exigiu uma suspensão de um a dois anos para o número 1 do mundo.
"Na decisão, foi considerado que não houve culpa por parte de Sinner. A nossa posição é que o atleta é, no entanto, responsável pela sua equipa", disse Olivier Niggli à AFP, "pelo que é este ponto jurídico que será debatido".
"Não contestamos o facto de poder ter havido contaminação, mas acreditamos que a aplicação das regras não corresponde à jurisprudência", disse o Diretor Geral da WADA.
Embora a ITIA tenha sido criticada por ter revelado tardiamente os testes positivos não só de Sinner, mas também de Iga Swiatek (teste positivo para trimetazidina em agosto, anunciado em novembro), Olivier Niggli considera que "os atletas devem ser protegidos".
"Pessoalmente, penso que a proteção da reputação de um atleta deve ser a nossa principal preocupação. Vivemos num mundo em que as redes sociais são o que são e significam que uma reputação pode desaparecer num espaço de tempo muito, muito curto", afirma o responsável da AMA.