Quando acabou a sua dura batalha com Marton Fucsovics, o número um nacional passou para o outro lado da rede para abraçar o húngaro, que saiu derrotado pelos parciais de 7-6 (8-6), 6-7 (4-7) e 6-4, em três horas e 16 minutos.
Para vencer o encontro mais longo da história do torneio, como o definiu o ‘speaker’ após a conclusão do duelo da segunda ronda no Clube de Ténis do Estoril, o terceiro cabeça de série teve de elevar o seu nível de jogo nos momentos mais difíceis, tendo mesmo anulado 13 dos 15 ‘break-points’ que enfrentou.
Muito aguerrido, como é habitual, Nuno Borges, que ficou isento na primeira ronda, salvou dois ‘set points’ no primeiro parcial, antes de conquistá-lo ao final de uma hora e 12 minutos.
Com muitos altos e baixos no seu jogo, o 41.º tenista mundial anulou três ‘breaks’ no terceiro jogo e, no seguinte, parecia estar preparado para embalar para uma vitória fácil no set, perante umas bancadas repletas e animadas com a prestação do único ‘sobrevivente’ luso em singulares.
Mas o 130.º jogador do ranking ATP evitou a quebra de serviço e levou a decisão do set para ‘tie-break’, no qual o maiato cometeu demasiados erros. Depois de passar pelos balneários, Borges entrou bem no decisivo parcial, quebrando de imediato o serviço do húngaro.
No entanto, o português continuou inconsistente, embora irrepreensível a salvar ‘breaks’ – anulou cinco só nos dois primeiros jogos de serviço do terceiro ‘set’ -, acabando mesmo por ser quebrado no oitavo jogo.
Com o público do seu lado, Borges não esmoreceu e conseguiu de imediato o ‘contra-break’, não deixando mais fugir a vantagem para garantir, pelo segundo ano consecutivo, a presença nos quartos de final.
O 41.º classificado do ranking ATP vai agora defrontar o sérvio Miomir Kecmanovic (47.º), finalista no Clube de Ténis do Estoril em 2023, que hoje venceu o ‘lucky loser’ cazaque Denis Yevseyev (258.º) em três sets.
Antes da memorável batalha de Borges e Fucsovics, o quadro principal de singulares do Estoril Open tinha perdido dois nomes sonantes: o português Gastão Elias e o canadiano Félix Auger-Aliassime, primeiro cabeça de série e 19.º jogador ATP, que foi afastado pelo ‘qualifier’ italiano Andrea Pellegrino, em dois sets.
Único ‘top 20’ mundial a marcar presença no Clube de Ténis do Estoril, Auger-Aliassime despediu-se na estreia nesta edição do challenger português – ficou isento na primeira ronda – com uma derrota frente ao 237.º classificado do ranking, por 7-5 e 6-4, em uma hora e 53 minutos.
Ao impedir o canadiano de chegar pela segunda vez aos ‘quartos’ do Estoril Open, fase que alcançou em 2022, enquanto torneio ATP250, Pellegrino marcou encontro com o chileno Nicolás Jarry, ‘carrasco’ de Gastão Elias.
O 57.º jogador mundial acabou com o sonho de outro português, depois de já ter afastado Henrique Rocha na primeira ronda, batendo o 339.º classificado da hierarquia mundial, premiado com um convite da organização, por 6-2, 4-6 e 7-5, em duas horas e 18 minutos.
Elias teve um ‘match point’ no serviço do adversário quando vencia por 5-2 no terceiro set e serviu para fechar o embate com 5-3, mas acabou derrotado, um desfecho que justificou “com uma combinação de azar e mérito” do adversário.
Numa jornada em que Francisco Cabral, ao lado do austríaco Lucas Miedler, derrotou os compatriotas Henrique e Francisco Rocha para avançar para os quartos de final de pares, o segundo cabeça de série, o norte-americano Alex Michelsen, confirmou a sua presença na fase seguinte.
O 38.º jogador mundial bateu o ‘qualifier’ italiano Giovanni Fonio (372.º) pelos parciais de 6-4 e 7-6 (7-3) e marcou encontro com outro transalpino, no caso Luca Nardi (100.º).