Após as reformas de Gilles Simon e Jo-Wilfried Tsonga e a anunciada retirada de Richard Gasquet para o próximo Open de França, Monfils será, sem dúvida, o último dos "Mosqueteiros" em quadra.
É "acaso" ou talvez "sorte", disse o parisiense de 38 anos em Londres durante uma entrevista com a AFP, no último sábado (7), ao ressaltar que os quatro jogadores em questão não gostam de ser chamados dessa forma.
"É um desporto individual. As pessoas dizem tênis francês, mas na verdade o ténis francês é a soma de mais de uma pessoa. Cada um treina por conta própria", diz.
Nesta fase de sua carreira, Monfils insiste que sua "única motivação" é o "prazer" na quadra. Para o tenista, no início, o atleta até pensa em se divertir, mas, acima de tudo, quer vencer. Hoje, já afirma que até busca as vitórias, só as vê de uma maneira diferente.
"Não posso necessariamente vencer os melhores o tempo todo. Mas se eu conseguir apanhá-los e ganhar um set, é um verdadeiro prazer", diz o homem que derrotou o número 3 do mundo, Carlos Alcaraz, em 2024.
Idealmente, La Monf pretende continuar até os 40 anos, como o jogador de futebol Zlatan Ibrahimovic, que pendurou as chuteiras aos 41 anos, ou o jogador de basquetebol LeBron James, que está prestes a completar 40 anos. Mas não tem uma data específica em mente.
Durante o verão europeu de 2022, em Montreal, Monfils lesionou o pé e ficou afastado das quadras por muito tempo e no que poderia ter sido o "fim de carreira, como a pandemia de Covid-19", diz em retrospectiva.
Voltando a cair para cerca de 400.° no ranking mundial em 2023, o tenista disse a si mesmo que seria bom apurar-se para as Olimpíadas em 2024 de Paris. Uma meta que finalmente alcançou, mesmo que tenha passado apenas uma ronda nas duplas e tenha sido eliminado do torneio olímpico assim que entrou na competição de singulares.
"Fiquei surpreendido. Consegui voltar (...) porque tive sucesso. Tens sucesso uma, duas, três vezes, mas depois, em algum momento, sabes que as coisas mudam. Então, no momento, estou tentando jogar o máximo que puder fisicamente. Se eu tiver a menor lesão (séria), sei que está acabado para mim", conta.
Casado com a ucraniana Elina Svitolina, ex-número 3 do mundo, e tendo se tornado pai no final de 2022, o destro confessa achar cada vez mais difícil deixar a família, que é sua prioridade.
"Eu adoro ténis, adoro competir, mas não é um fim em si mesmo. Quero descobrir muitas outras coisas. Não tenho necessariamente medo da reforma", acrescenta Monfils, que já está a planear uma mudança de carreira no setor bancário: "Por que não patrocinar algumas das grandes empresas? Tenho a mente aberta, gosto de empreendedorismo, já investi em várias start-ups...".
Depois de três décadas dedicadas ao ténis, o gaulês sentirá falta "do amor do público" e da "união que posso encontrar em um estádio esportivo".
"Quanto ao resto, eu não diria que vou sentir falta, porque fui privilegiado por tantos anos. Estou pensando mais em 'uau, que sorte eu tive'", concluiu o francês.