Menšík terminou 2024 com uma nota embaraçosa, perdendo os três jogos que disputou no Next Gen Finals. Começou a nova época com uma presença nos quartos de final em Brisbane, onde foi travado pelo talentoso francês Giovanni Mpethsi Perricard. O mesmo aconteceu em Auckland, onde chegou aos quartos de final depois de perder para o português Nuno Borges.
No Open da Austrália, terminou na terceira ronda após uma batalha de cinco sets com o espanhol Alejandro Davidovich Fokina. "Neste momento é difícil, mas tenho de tirar o melhor partido disto", disse na altura. Posteriormente, disputou três torneios, em Roterdão, Acapulco e Indian Wells, com um registo de duas vitórias e três derrotas.
Surpreendentemente, decidiu então disputar um challenger na República Dominicana, onde terminou nas meias-finais. Mas acabou por ser bem pensado. Em Miami, já tinha conseguido uma grande série de vitórias, mas o seu compatriota Tomas Machac travou-o.
Momentos chave
Mensik - Draper 7-6, 7-6 (2.ª ronda)
Depois de uma vitória na ronda inaugural sobre Roberto Bautista Agut, Menšík enfrentou o vencedor de Indian Wells, Jack Draper. Derrotou o confiante britânico em dois tie-breaks e chocou o mundo do ténis. Na altura, a ATP chegou ao ponto de lhe chamar "assassino de estrelas". Na altura, ainda falava com modéstia. "É o meu primeiro ano no ATP Tour, por isso espero subir na classificação. Estou a desfrutar de cada momento no campo, especialmente a jogar contra tipos como o Jack".
Destaques do encontro
Mensik - Fritz 7-6, 4-6, 7-6 (meias-finais)
Nas meias-finais, travou uma grande batalha contra o local Taylor Fritz. Apesar de ter perdido o segundo set do torneio e não ter aproveitado nenhum break point, conseguiu passar à final após mais de duas horas e meia.
"Sinto-me muito mal, não consegui aguentar os tie-breaks. Mas o serviço dele é uma loucura, sempre teve um serviço forte, mas agora também o coloca com uma precisão incrível", lamentou Fritz após a oportunidade perdida e admirou os 25 ases do seu adversário.
E previu mais sucessos. "É inacreditável como ele melhorou em todos os aspetos do seu jogo em tão pouco tempo. Penso que ele tem hipóteses de vencer Djokovic...".
Mensik - Djokovic 7-6, 7-6 (final)
O jogo final entre Mensik e Djokovic foi adiado devido à chuva, mas os adeptos não se arrependeram. O jovem checo superou o seu grande ídolo em dois tie-breaks e privou o sérvio do seu 100º título. "Sempre foste uma inspiração para mim, foste a razão pela qual comecei a jogar ténis", elogiou Djokovic após o jogo. Por sua vez, Joker elogiou o seu serviço e a resistência mental.
Números importantes
7-0
Este é o registo de todos os tie-breaks que Menšík disputou em Miami. Nos momentos-chave, conseguiu servir com concentração e precisão e não cometeu erros não forçados. O que outrora adornava Djokovic era agora o domínio do jovem checo. Nenhum dos tie-breaks durou mais de 12 pontos, contando apenas com os obtidos em morte súbita, o jovem checo dominou claramente (49-22).
199
Este é o número de winners que Menšík registou nos seis jogos no torneio. Mais de metade são ases (fez 111 em Miami). Só perdeu o serviço em cinco ocasiões.
19 anos, 145 dias
É o tempo que passou desde que um tenista checo dominou um torneio Masters. A última vez foi em Paris, em 2005, quando Tomas Berdych conquistou o título. Derrotou o croata Ivan Ljubicic numa batalha de cinco sets. Na altura, Menšík tinha apenas dois meses de idade.
Menšík em busca do título
O último passo de Menšík no duelo com Djokovic pode ser um prenúncio do que está para vir. Nunca escondeu que o tenista sérvio foi a razão pela qual escolheu o ténis como desporto e pela qual sacrificou tanto da sua carreira. E depois do triunfo inaugural, ele próprio escreveu para a câmara o simbólico: "O primeiro de muitos...".
Mensik é o protótipo do tenista da nova era. Alto, forte, com um serviço de canhão, mas também com uma excelente leitura do jogo e movimentos sólidos no campo. Tem também outros modelos a seguir no ambiente do ténis checo e vários colegas como ele. Subiu para 24.º na classificação ATP e tornou-se o número dois checo, Machac está em 21.º e Jiri Lehecka em 29.º.
Na Taça Davis, está à frente de Berdych, o melhor tenista checo do século XXI. Teve a infelicidade de coincidir com a era dos três grandes, Federer, Nadal e Djokovic e, talvez graças aos rivais excecionais, nunca esteve destinado a ganhar um torneio do Grand Slam. Mas Berdych dá uma hipótese a Mensik.
"É um grande quebra-cabeças, mas Kuba pode ganhar um Grand Slam. Mas ele tem um longo caminho a percorrer. Já terá um alvo em cima de si, todos os adversários vão querer eliminá-lo. Mas ele tem confiança suficiente e deve tirar partido disso. Quando vejo o que ele traz para o campo, acredito nas suas hipóteses", atirou.