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Djokovic-Sinner: clássico entre lenda e número um do mundo agita Roland-Garros

Djokovic reage a uma bola de Zverev.
Djokovic reage a uma bola de Zverev.ROBERT SZANISZLO/NurPhoto via AFP
O melhor registo da história do ténis frente ao número um do mundo: a meia-final de Roland-Garros entre Novak Djokovic, actual número seis do mundo aos 38 anos, e Jannik Sinner, de 23, vai iluminar o court Philippe-Chatrier esta sexta-feira, a par do duelo entre Carlos Alcaraz e Lorenzo Musetti.

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De um lado da rede, o gigante sérvio com 24 títulos do Grand Slam — um recorde que poderá aumentar caso conquiste a sua quarta Taça dos Mosqueteiros no domingo.

Do outro, um tricampeão de Grand Slam, teoricamente mais à vontade em pisos rápidos, mas que acaba de disputar uma final em terra batida em Roma e de garantir, pelo menos, uma meia-final em Roland-Garros.

"Não há nada que me possa motivar mais"

"Um jogo à melhor de cinco sets nas rondas finais de um Grand Slam, contra o número um do mundo — não há nada que me possa motivar mais nesta fase da minha carreira", afirmou Djokovic na quarta-feira, depois de eliminar Alexander Zverev.

Antes de voltar a erguer um troféu, a 24 de maio, em Genebra, onde conquistou o 100.º título da sua impressionante carreira, o campeão olímpico de Paris-2024 atravessava um período de alguma nostalgia e falta de motivação, tendo sido eliminado na primeira ronda dos Masters 1000 de Monte Carlo e Madrid, e sem competir em Roma.

"É uma nova realidade para mim, tentar ganhar um ou dois jogos, sem pensar realmente em ir longe no torneio", deixou escapar Djoko na capital espanhola.

Com o título em solo suíço e as meias-finais na capital francesa, o tricampeão de Roland Garros "mostrou que está de volta ao seu melhor", recordou Sinner.

Desafio físico

Depois de ter dominado o circuito desde o seu triunfo no Open dos Estados Unidos, em setembro de 2024, deixando apenas migalhas aos seus rivais nos courts rápidos, o italiano foi forçado a parar em fevereiro.

Após dois testes positivos, em março de 2024, a um anabolizante — uma contaminação que acabou por ser reconhecida como acidental pelas autoridades antidopagem —, Jannik chegou a acordo com a Agência Mundial Antidopagem, aceitando uma suspensão do circuito entre meados de fevereiro e 4 de maio, assumindo a responsabilidade pelos membros da sua comitiva que o terão contaminado.

No regresso, o jogador de San Candido não deixou dúvidas quanto ao seu nível. Que o diga o especialista em terra batida Casper Ruud, derrotado em dois sets no Masters 1000 de Roma, bem como os seus adversários em Roland-Garros, onde já leva cinco jogos consecutivos sem perder um set.

"Não acreditava que estivesse nesta posição quando regressei da suspensão", confessou o italiano, surpreso.

Frente a Djokovic, 15 anos mais velho, o fator físico poderá ser determinante.

"Claro que é preciso perguntar-lhe como se sente fisicamente e como vai recuperar da vitória em quatro sets e três horas e meia frente a Zverev", comentou o próprio alemão.

Equilíbrio entre os dois

"Espero estar à altura fisicamente frente ao Sinner — é um grande desafio para mim", reconheceu Djokovic, que foi forçado a retirar-se nas meias-finais do Open da Austrália, em janeiro, frente a Zverev.

O único duelo em terra batida entre o italiano e o sérvio remonta a 2021, com vitória de Djokovic em dois sets, em Monte Carlo.

Sete encontros depois, o equilíbrio é total: quatro vitórias para Novak e outras quatro para Jannik, que venceu os últimos três confrontos. Espera-se que o encontro desta sexta-feira possa ser interrompido devido às condições meteorológicas.