Recorde as incidências da partida
A número um do mundo teve uma atuação sólida em Nova Iorque para derrotar a americana Amanda Anisimova e conquistar o quarto título de Grand Slam da sua carreira.
Os mais próximos de Sabalenka acreditam que a sua ascensão ao topo do ténis feminino é o resultado de uma nova resistência mental que lhe permitiu encontrar paz dentro e fora da quadra.
"Como todos sabem, ela é uma jogadora e uma pessoa bastante emotiva", disse o seu preparador físico, Jason Stacy, na véspera da vitória de sábado por 6-3 e 7-6/7-3 sobre Anisimova, estreante numa final de Grand Slam.
"Como ela se sente vai determinar a direção em que vai seguir", acrescentou. "À medida que se torna mais madura e mais experiente, está a começar a entender que tem de aprender a lidar com essas coisas e como controlá-las", indicou.
Uma das inspirações da tenista bielorrussa é a tatuagem de um tigre, o seu animal favorito, no braço esquerdo.
"Às vezes, ela tem esta batalha interna sobre como manter esse tigre sob controlo, mas libertá-lo ao mesmo tempo. Há essa luta constante que ela está a rever", disse Stacy.
Num ponto desse caminho, Aryna decidiu assumir a tarefa-
"Trabalhei com uma psicóloga durante quatro ou cinco anos e ela ajudou muito no início, especialmente para entender que tudo é possível desde que trabalhe e dedique tempo e a vida ao seu sonho", recordou.
"Depois percebi que estava a depender demais dela", explicou. "Decidi assumir a responsabilidade e resolver por mim mesma, pensando, analisando e entendendo melhor. Acho que realmente funcionou muito bem e foi a decisão certa para mim", analisou a rainha da classificação WTA.
"Completamente equivocada"
O excesso de emoções custou caro ao longo desta temporada, na qual até agora não havia conquistado nenhum título de Grand Slam.
Após perder para Coco Gauff na final de Roland Garros, em junho, foi alvo de críticas por sugerir que a derrota se devia mais ao seu mau jogo do que ao desempenho da americana.
"Depois disso, tive de me sentar e refletir sobre tudo, pedir desculpa e garantir que as pessoas entendessem que eu estava apenas demasiado emotiva", disse antes do início do US Open.
"Estava completamente equivocada. Foi uma lição difícil, mas ajudou-me de tantas maneiras diferentes", considerou.
A sua força mental veio à tona no sábado, quando suportou a pressão da maior quadra do mundo e conteve cada tentativa de reação de Anisimova.
Ficaram para trás os dias sombrios de 2022, quando o seu serviço então defeituoso lhe provocou derrotas que a fizeram questionar se era o momento de pendurar a raquete.
Durante a sua preparação para o Open da Austrália chegou a cometer 18 e 21 duplas faltas em desaires consecutivos contra adversárias de menor ranking.
Num desses jogos, um árbitro perguntou-lhe se estava bem para continuar, antes de ela começar a chorar.
"Houve um momento em que pensei: 'De acordo, já terminei aqui, acho que é hora de ir fazer outra coisa na vida'", recordou Sabalenka no início deste ano.
A consagrada jogadora reconstruiu o seu serviço sob a tutela do guru da biomecânica Gavin MacMillan e os títulos começaram a chegar.
"É bom para todos encontrar esse equilíbrio entre o trabalho e a vida", disse o seu treinador, Anton Dubrov.