Pela primeira vez desde 2012, os Estados Unidos têm dois jogadores no top 10 da ATP, Fritz e Tiafoe, e a nação que produziu Pete Sampras, Andre Agassi, John McEnroe e Jimmy Connors está a depositar neles as suas esperanças de um regresso à glória do ténis.

Fritz, nono classificado, tem sido visto como o mais promissor da nova fornada de jovens jogadores desde que derrotou Rafael Nadal para vencer Indian Wells, em 2022, e vai tentar aproveitar a sua presença nos quartos de final em Wimbledon no ano passado.

"O Taylor é um miúdo confiante. Trabalhou muito no seu movimento e na sua forma física, que é a razão pela qual, para mim, está entre os 10 primeiros", disse McEnroe aos jornalistas.

"Ele bate uma grande bola. Acho que ele não se sente muito confortável na relva", acrescentou.

O eletrizante Tiafoe chega ao torneio com um grande ímpeto, depois de ter ganho o seu primeiro título em relva em Estugarda, no início deste mês, para ascender a número 10 do mundo.

Isso fez de Tiafoe e Fritz a primeira dupla americana no top 10 desde Mardy Fish e John Isner, em maio de 2012.

McEnroe disse que cada jogador tem seus pontos fortes.

"Penso que Tiafoe é mais hábil na rede, atleticamente melhor. Isso ajudá-lo-ia na relva. Taylor bate uma bola melhor e é um tipo maior. O seu serviço é provavelmente um pouco mais fiável", disse McEnroe.

Tiafoe é filho de imigrantes da Serra Leoa, devastada pela guerra, e foi introduzido no desporto num centro de ténis onde o seu pai trabalhava como guarda.

A sua ascensão improvável, sublinhada por uma corrida até às meias-finais do Open dos Estados Unidos, no ano passado, aumentou a sua popularidade em todo o mundo.

"Há um objetivo muito maior para ele, que é o de ser um modelo para as crianças, para a comunidade negra", disse o antigo número um mundial, Chris Evert.

"Ele vê uma imagem maior para si próprio... Tenho muito respeito por ele. Tenho grandes esperanças de que um dia ele ganhe um slam", acrescentou.

Fritz e Tiafoe não são os únicos americanos que sonham em tornar-se o primeiro campeão masculino dos Estados Unidos desde que Andy Roddick venceu o Open dos Estados Unidos em 2003, e o primeiro a triunfar em Wimbledon desde Sampras, em 2000.

Os fãs dos Estados Unidos também devem ficar de olho em Sebastian Korda (22 anos) e Tommy Paul (26 anos) quando o terceiro Major do ano começar, disse McEnroe, ao mesmo tempo em que pediu paciência.

"Em breve, haverá tipos, americanos, que farão a descoberta dentro de um ano ou dois, esperemos. Isso vai ser importante", ressalvou.