Num encontro já de si repleto de emoção, em que o italiano Jannik Sinner, número um mundial, estava a ser subjugado pelo búlgaro e perdia por 2-0, Dimitrov sofreu uma lesão que o impediu de continuar a jogar, num momento em que tinha acabado de servir um ás e igualado o marcador na terceira partida (2-2).
O antigo número três mundial não escondeu a dor e foi prontamente auxiliado por Sinner e os fisioterapeutas do torneio, tendo depois, em lágrimas, cumprimentado o opositor e oficializado a desistência, a quinta consecutiva em torneios do Grand Slam, segunda seguida no All England Club.
Graças ao infortúnio de Dimitrov, de 34 anos, o transalpino, que caiu logo no primeiro jogo e ficou com queixas no cotovelo direito, garantiu o acesso à ronda seguinte pelo quarto ano consecutivo, quando perdia por 3-6, 5-7 e 2-2.
“Não sei que dizer, honestamente. Ele é um jogador incrível, como todos viram. Tem tido tão pouca sorte nos últimos anos. Um jogador incrível e um bom amigo também, entendemo-nos muito bem fora do court. Sinceramente, se houvesse uma chance de ele poder jogar a próxima ronda, mereceria”, confessou o italiano, de 23 anos, desejando a rápida recuperação a Dimitrov e considerando não ter vencido hoje.
Na próxima fase do terceiro Grand Slam da temporada, Sinner mede forças com o jovem norte-americano Ben Shelton (10.º), que precisou de quatro partidas para afastar o transalpino Lorenzo Sonego, carrasco do português Jaime Faria na ronda inaugural, pelos parciais de 3-6, 6-1, 7-6 (7-1) e 7-5.
Na abertura da sessão de hoje no Centre Court, Djokovic surgiu numa versão irreconhecível, cometendo muitos erros frente ao australiano Alex de Minaur, que venceu o set inaugural, antes de ver o sérvio renascer para ganhar o encontro em quatro partidas, por 1-6, 6-4, 6-4 e 6-4.
Com o suíço Roger Federer, recordista de títulos de Wimbledon (oito troféus), presente nas bancadas, o tenista de Belgrado carimbou a passagem ao top 8 do major britânico pela 16.ª vez na carreira, 63 vezes em torneios do Grand Slam.
“Ainda estou a processar o encontro e o que se passou em court. Não foi um bom início de encontro para mim e foi fabuloso para ele. Ele quebrou o meu serviço três vezes no primeiro set. Muito vento e condições turbulentas. Ele lidou melhor com as condições do fundo do court. Não encontrei muitas soluções, mas consegui fazer um reset”, explicou o antigo líder do ranking mundial.
O próximo adversário de Djokovic, de 38 anos e detentor de 24 títulos do Grand Slam, será o italiano Flavio Cobolli, apurado de forma inédita para os quartos de final de um major, graças ao triunfo sobre o croata Marin Cilic, finalista de Wimbledon em 2017, por 6-4, 6-4, 6-7 (4-7) e 7-6 (7-3).
Nos femininos, a jovem prodígio russa Mirra Andreeva, de 18 anos, qualificou-se pela primeira vez para os quartos de final, terceira em torneios do Grand Slam, ao bater a norte-americana Emma Navarro, 10.ª no ranking WTA, em dois sets, pelos parciais de 6-2 e 6-3.
Ao assegurar uma vaga no lote das oito quartofinalistas na relva londrina e a 36.ª vitória da época, a número sete do mundo vai defrontar a também estreante suíça Belinda Bencic, ausente do circuito na temporada passada para ser mãe pela primeira vez, que hoje superou a russa Ekaterina Alexandrova, por 7-6 (7-4) e 6-4.
Já a polaca Iga Swiatek (quarta) confirmou o regresso à fase seguinte da prova, após a única presença em 2023, com um triunfo sobre a dinamarquesa Clara Tauson (22.ª), por 6-4 e 6-1, assegurando os quartos de um major pela 12.ª vez na carreira, nos quais vai defrontar a russa Liudmila Samsonova (19.ª).