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Apenas cinco semanas depois de Alcaraz ter protagonizado uma das maiores reviravoltas de sempre ao derrotar Sinner numa final de Roland Garros que ficará na história, os dois levam a batalha pela supremacia para o sagrado Centre Court de Wimbledon no domingo.
Alcaraz e Sinner partilharam entre si sete dos últimos oito Grand Slams, dividindo equitativamente os seis disputados desde o início de 2024. O mundo do ténis tem sido cativado pelo aparecimento de uma nova rivalidade após a era de Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.
Alcaraz é o vistoso showman que conquistou os corações do público, enquanto o número um mundial Sinner é o Djokovic 2.0 - um operador implacavelmente eficiente que raramente falha.
O bicampeão de Wimbledon, Alcaraz, começa como o favorito marginal no domingo, mas sabe que tem de dar o seu melhor para manter Sinner à distância. O espanhol, número dois mundial, ganhou oito dos 12 encontros que disputou com o rival italiano, incluindo os últimos cinco.
O confronto mais recente foi na fenomenal final de Roland Garros do mês passado, com cinco horas e meia de duração, quando Alcaraz recuperou de dois sets de desvantagem e salvou três match points para defender o título na terra batida.
O tenista de 22 anos, que tem cinco majors no currículo, está na melhor sequência de vitórias da carreira, com 24, e está invicto no All England Club desde 2022. Mas o três vezes campeão de Grand Slams, Sinner, a disputar a primeira final de Wimbledon, vai animar-se com o facto de ter sido o último a vencer Alcaraz em Wimbledon, na quarta ronda, há três anos.
O espanhol, que derrotou o norte-americano Taylor Fritz, quinto cabeça de série, nas meias-finais, não acredita que a recuperação notável em Paris lhe dê vantagem mental.
"Tenho quase a certeza de que ele vai tirar muitas coisas da final de Roland Garros. Ele vai estar melhor fisicamente, vai estar melhor mentalmente. Vai estar preparado para dar 100 por cento", indicou.
Ambos mostraram vulnerabilidades durante os percursos até à final. Alcaraz foi levado a cinco sets na estreia contra o veterano italiano Fabio Fognini e perdeu sets em três outros encontros. Sinner, de 23 anos, esteve sólido durante três rondas, mas teve um grande susto – e uma enorme dose de sorte – quando o seu adversário da quarta jornada, Grigor Dimitrov, desistiu quando liderava por dois sets. Mas passou pelo 10.º cabeça de série norte-americano Ben Shelton em sets diretos e arrasou um Djokovic abaixo do nível nas meias-finais.
Vantagem mental
O italiano, principal cabeça de série, minimizou o impacto persistente da derrota em Roland Garros.
"Acho que se isso estivesse demasiado na minha cabeça, não estaria em condições de voltar a jogar uma final. Estou muito feliz por partilhar o court com o Carlos mais uma vez. Vai ser difícil, eu sei disso. Mas estou ansioso por isso. Tento sempre colocar-me neste tipo de situações de que gosto muito. Os domingos em todos os torneios são muito especiais", contou.
Alcaraz está a tentar juntar-se a um clube de elite de jogadores da era Open que venceram Wimbledon três vezes seguidas: Bjorn Borg, Pete Sampras, Federer e Djokovic.
Mas se há alguém que o pode parar é Sinner, o atual campeão do US Open e do Open da Austrália, que tem sido impressionante desde que regressou em maio de uma suspensão por doping de três meses.
A partida está demasiado equilibrada para ser decidida, embora o sete vezes campeão Djokovic dê uma ligeira vantagem a Alcaraz.
"Acho que vou dar uma ligeira vantagem ao Carlos como favorito devido aos dois títulos que conquistou aqui e à forma como está a jogar e à confiança que tem neste momento. Mas é apenas uma ligeira vantagem porque o Jannik está a bater muito bem na bola. Acho que vai ser, mais uma vez, um duelo muito equilibrado como o que tiveram em Paris", analisou.