Recorde aqui as incidências do encontro
“Foi um alívio gigante. Já estive a falar com o Rui (Machado, treinador) ele acha que eu fiz um jogo muito bom, bastante consistente, poucos erros não forçados. Mas, eu achei que o meu adversário entrou um bocadinho mal. Eu próprio achei que o campo estava muito diferente de segunda-feira e não tinha só a ver com a temperatura. O court tinha a relva um bocadinho mais comprida, parecia mais fofo nos pés, a bola travava um bocadinho mais”, começou por contar, em conferência de imprensa.
O número um nacional e 37 do ranking ATP derrotou Billy Harris em três partidas, com os parciais de 6-3, 6-4 e 7-6 (9-7), e assegurou a qualificação inédita para os 16 avos de final do major londrino, ao fim de duas horas e 30 minutos de um encontro disputado no court 2 do All England Club.
“Soube aproveitar bem aqueles momentos em que ele me deu uma brecha ou outra e fui um pouco infeliz no terceiro set. Achei que estive mais perto de fazer o break, sem ser no início do set, do que ele a mim. E um ponto ou outro podia-me ter feito descolar. Não aconteceu”, lembrou o tenista português.
Depois de ter dominado as duas partidas iniciais, o maiato confessa ter ficado “muito nervoso no terceiro set, principalmente no tie-break", o que dificultou um pouco mais o desfecho do embate.
“Alguns erros, em bolas mais fáceis, claramente por causa dos nervos, mas foi um alívio gigante ter dado a volta, porque eu estava por baixo no tie-break, mas sentia que tinha oportunidades e que as conseguia alcançar. E lá consegui, mas no limite. No geral, penso que fiz um bom jogo. Ele realmente cresceu, foi crescendo, foi servindo melhor, principalmente no terceiro set. Mas, aguentei-me bem no geral, sem sentir que fiz um jogo incrível”, defendeu, considerando ter feito um jogo “bastante sólido”.
O próximo desafio de Borges, de 28 anos, será com o russo Karen Khachanov (20.º ATP), responsável pela eliminação do japonês Shitaro Mochizuki (144.º ATP), por 1-6, 7-6 (9-7), 4-6, 6-3 e 6-4, e com quem perdeu no único confronto direto ente os dois, na ronda inaugural de Roland Garros em 2022.
“Ele tem quase dois metros, mas não o vejo como um clássico jogador de dois metros, porque ele até é um baseliner muito sólido. Muito sólido dos dois lados. Serve bem, obviamente, responde bem. Não vem muitas vezes à rede e sei que aguenta muito bem jogos compridos. Penso que não me vai oferecer muitos pontos de borla e acho que vou ter de ser bastante agressivo, se quiser forçar alguns erros e procurar um bocadinho fazer mais um jogo, tentar dominar”, avançou o maiato.
Nuno Borges tornou-se o primeiro representante nacional a chegar pelo menos à terceira ronda de todos os torneios do Grand Slam, depois dos oitavos de final do Open dos Estados Unidos em 2024 e de ter sido travado na terceira jornada do Open da Austrália e Roland Garros já este ano.
“Gosto de levar a bandeira mais longe. E acho que é um efeito incrível poder ter chegado, pelo menos, à terceira ronda de todos os torneios do Grand Slam. E, sem dúvida, que estou muito orgulhoso disso. Gosto desse tipo de estatísticas, desses resultados, de poder ganhar em todas as superfícies, independentemente com quem jogo, sentir que tenho hipóteses qualquer que seja o torneio, a altitude, o nível do mar, à chuva, ao sol, tudo. Acho que é algo de orgulho poder dizer que ganhei em todo lado”, rematou Borges.