Recorde as incidências da partida
“Estou muito contente, acima de tudo. Acho que foi um desafio ultrapassado, sem dúvida, não só pelo adversário que tinha pela frente, mas também pela relva e Wimbledon, um torneio em que ainda não tinha conseguido ser feliz e que tem um grande significado”, começou por confessar o maiato, em declarações à Lusa.
No regresso à relva londrina, pelo quarto ano consecutivo, o número um português e 37 do ranking ATP levou e melhor diante de um adversário que o havia derrotado em 2023 e, com os parciais de 4-6, 6-3, 7-6 (7-5) e 6-0, garantiu o primeiro triunfo em Londres, ao fim de duas horas e 30 minutos.
“O final do encontro até foi bastante emocionante para mim, porque há dois anos tinha jogado com o Francisco Cerundolo e lesionei-me. Portanto, sem dúvida, teve um significado especial poder ultrapassar aquele desafio, na catedral do ténis, num dia extremamente quente. Foi uma batalha desde o início”, acrescentou.
Apesar de reconhecer não ter entrado “da melhor maneira” no encontro, Nuno Borges diz ter-se sentido a “crescer com o jogo”, conseguindo recuperar de uma desvantagem de um set abaixo para conquistar o quarto triunfo diante de um top 20 mundial esta temporada.
“Depois acabei por sentir o meu adversário um bocadinho mais desmoralizado, o que me deu mais energia e motivação para fechar da melhor maneira. O terceiro ‘set’ foi mais complicado, podia ter caído para qualquer lado. Estive por cima, tive oportunidades, cometi um ou outro erro, mas estou contente por ter conseguido sair por cima e, acima de tudo, orgulhoso pelo trabalho e pela maneira como lidei com tudo”, frisou.
O tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis garante estar mais adaptado à relva, mas reconhece não ter muitas referências da superfície por jogar muito poucos encontros disputados no mesmo piso do ‘major’ britânico.
“Este ano quis tentar apostar, desde a primeira semana, (na temporada de relva) para tentar contrariar um bocadinho as sensações que tinha dos anos anteriores. Não conseguia encontrar muito bem o meu jogo e a movimentação é sempre algo mais desafiante. Por ser uma superfície tão especial e termos tão poucas horas, sinto que é mais difícil de encontrar esse conforto, mas este ano tenho-me sentido melhor. A verdade é que também não tem chovido tanto e é muito melhor jogar num dia de calor do que à chuva, principalmente na relva”, explicou o luso.
Motivado pelo “facto de ter conseguido ultrapassar o desafio de hoje”, mostrando estar a sentir-se melhor e “mais adaptado à superfície”, Nuno Borges, de 28 anos, vai defrontar agora na segunda eliminatória um jogador da casa, Billy Harris, que eliminou o ‘lucky loser’ sérvio Dusan Lajovic, por 6-3, 6-2 e 6-4, em apenas uma hora e 52 minutos.
“Acho que os britânicos têm vindo a provar que são muito perigosos aqui, não só na relva em geral, mas em Wimbledon. Por ser uma superfície tão especial e eles serem dos poucos a terem acesso à superfície mais tempo, mas também por poderem crescer a jogar nesta superfície realmente é uma vantagem grande. O Billy já é um jogador que estava à porta do ‘top 100’, mesmo sem os torneios de relva, e portanto vai ser muito complicado. Já estou à espera de um desafio grande, principalmente em pisos rápidos. Sei que ele tem bons resultados e que consegue ter um ténis bastante agressivo para ter bons resultados nestas superfícies”, rematou Nuno Borges.