Com um pai remador, Tomasz, que competiu nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988, havia a possibilidade de Iga Swiatek estar destinada a uma disciplina desportiva.
Em várias entrevistas, a tenista polaca explicou que foi o pai quem a incentivou a dedicar-se ao ténis, juntamente com a irmã Agata, mais velha do que ela. “O meu pai sempre gostou de ténis e queria que as filhas jogassem. E eu queria derrotar a minha irmã. Suponho que sempre fui muito competitiva”, afirmou numa ocasião.
Iga Swiatek começou no desporto da raquete aos seis anos. Durante a adolescência, percebeu que tinha futuro no ténis, ao obter bons resultados em torneios juniores, incluindo uma vitória em pares no Roland Garros júnior em 2018 e outra em singulares em Wimbledon júnior nesse mesmo ano. Isso reforçou a sua decisão de seguir uma carreira profissional.
E nessa carreira, somou este sábado, 12 de julho, o seu sexto título do Grand Slam, depois de ter vencido anteriormente quatro vezes em Roland Garros e uma no US Open. Agora só lhe falta o Open da Austrália, onde já foi semifinalista por duas vezes. “Depois do meu primeiro Grand Slam júnior, em Roland Garros, e da sensação de estar rodeada por todos os grandes campeões, saí de Paris a pensar que só queria trabalhar mais e melhorar. Mas, na verdade, nunca acreditei totalmente. Acho que, se fosse americana, teria acreditado muito mais em mim desde cedo”, afirmou noutra ocasião.
Ténis como forma de ligação
O ténis ajudou-a a relacionar-se melhor com os outros e usou-o nesse sentido. “Sempre fui introvertida quando era mais nova. Pensava que precisava de um tema sobre o qual pudesse falar com outras pessoas. Provavelmente essa foi a minha motivação”, afirmou.
O semblante sério que costuma exibir nos jogos contrasta com gostos musicais mais expressivos e agitados, como a sua ligação ao rock. Antes dos encontros, motiva-se a ouvir bandas de heavy metal como AC/DC e Led Zeppelin, o que a ajuda a relaxar. Mas essa é a música de preparação para os jogos, diferente da que ouve fora dos courts.
“Antes dos jogos ouço algum rock: Red Hot Chili Peppers, Black Sabbath, AC/DC, Led Zeppelin, Lenny Kravitz, Guns N’ Roses. Mas fora do court, ouço pop e blues”, disse numa entrevista à BBC.
“A música pode influenciar a mente e o corpo, e o rock, em particular, ajuda-me a aumentar os níveis de energia. Tornou-se parte da minha rotina”, afirmou noutra entrevista.
Em certa ocasião, contou que adora gatos e que, se não fosse tenista, gostaria de trabalhar com animais. Nas redes sociais, partilhou fotos com o seu gato e mencionou que a calma que este lhe transmite a ajuda a desligar-se do stress do circuito.
Quando venceu Roland Garros em 2020, lembrou-se do seu gato. “Espero que esteja a ver isto, não está aqui, mas espero que me esteja a ver a partir de casa”, disse.
O seu gato, sem dúvida, estará feliz com a vitória em Wimbledon.