A antiga campeã do Open dos Estados Unidos foi perseguida pelo homem em vários eventos WTA, incluindo Singapura, Abu Dhabi e Doha, no início deste ano. Raducanu chegou mesmo a desfazer-se em lágrimas ao aperceber-se da presença do indivíduo durante um dos seus jogos no Dubai Championships, em fevereiro.
A polícia do Dubai emitiu uma ordem de restrição contra o homem, proibindo-o de participar em todos os eventos do circuito. No entanto, os responsáveis de Wimbledon, sob alçada do All England Club, tiveram de o impedir de adquirir bilhetes após uma verificação aos registos dos candidatos às eleições públicas.
"Wimbledon e toda a gente fez um trabalho fantástico. Recebi uma notificação, a polícia contactou-me e disse-me que estava tudo bem. Sei que não sou a primeira atleta a passar por isto, e provavelmente não serei a última - não só como atleta, mas como mulher em geral", disse Raducanu à BBC.
A jovem de 22 anos, que ainda não era nascida quando a então número um do mundo, Monica Seles, foi esfaqueada nas costas por um fã durante um torneio, em 1993, garantiu sentir-se muito mais segura com o reforço das medidas de segurança nos eventos.
"Tenho muito mais proteção à minha volta, especialmente nos torneios aqui no Reino Unido, onde há mais movimento e um maior número de espectadores. Sinto essa diferença e isso deixa-me mais tranquila e confortável", afirmou.
Raducanu aproveitou ainda para elogiar a compatriota e número dois britânica, Katie Boulter, por ter partilhado publicamente a sua experiência de abuso online.
"Tento não ler os comentários nem ver as mensagens, porque isso acaba sempre por nos afetar", explicou. "Não importa quantos comentários positivos recebemos, acabamos sempre por nos lembrar dos negativos, por isso, prefiro manter-me afastada."