Wimbledon: Sabalenka quer escudo contra "ódio" após vaias a Azarenka

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Wimbledon: Sabalenka quer escudo contra "ódio" após vaias a Azarenka

Aryna Sabalenka, da Bielorrússia, em ação contra Ekaterina Alexandrova, da Rússia
Aryna Sabalenka, da Bielorrússia, em ação contra Ekaterina Alexandrova, da RússiaAFP
Aryna Sabalenka apoiou o pedido de Elina Svitolina por uma declaração das autoridades do ténis para explicar a ausência de apertos de mão entre as jogadoras ucranianas e as rivais russas e bielorrussas em Wimbledon, para proteger as jogadoras de "tanto ódio".

Victoria Azarenka, da Bielorrússia, foi vaiada fora do court após a derrota com a ucraniana Svitolina no domingo. Como tem sido habitual, Svitolina não apertou a mão a Azarenka em protesto contra a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Bielorrússia é um importante aliado militar de Moscovo.

Azarenka, que levantou a mão na direção de Svitolina, aparentemente num gesto de respeito, abandonou o court sob um coro de vaias de alguns setores da multidão. A bicampeã do Open da Austrália afirmou que o tratamento que recebeu "não foi justo".

"Achei que foi um grande jogo de ténis", acrescentou. "Se as pessoas se vão concentrar apenas nos apertos de mão ou na multidão, bastante bêbada, a vaiar no final, é uma pena", disse.

Azarenka e Svitolina não apertaram a mão na rede
Azarenka e Svitolina não apertaram a mão na redeAFP

Svitolina e as colegas ucranianas recusaram-se a apertar a mão a russos e bielorrussos em Roland Garros, apelando aos dirigentes para que explicassem a posição dos jogadores ucranianos.

"Não sei se não está a ser claro para as pessoas, algumas não sabem bem o que está a acontecer. Por isso, penso que esta é a atitude correcta a tomar", afirmou.

A bielorrussa Sabalenka, segunda cabeça de série do torneio, que derrotou a russa Ekaterina Alexandrova esta segunda-feira para chegar aos quartos de final, apoiou a decisão de Svitolina.

"Tal como a Elina disse, penso que alguém tem de anunciar nas redes sociais que não vai haver aperto de mão, para que os jogadores não saiam do campo com tanto ódio", afirmou.

"Seria bom para o público saber realmente o que se está a passar. Há uma razão para não haver aperto de mão", vincou.

Daniil Medvedev, terceiro cabeça de série masculino, disse ser "uma pena" que Azarenka tenha sido vaiada.

O russo acrescentou: "Acho que as pessoas não sabiam a história por detrás disso e foi por isso que aconteceu".

Elina Svitolina (à direita), da Ucrânia, passa por Victoria Azarenka, da Bielorrússia
Elina Svitolina (à direita), da Ucrânia, passa por Victoria Azarenka, da BielorrússiaAFP

Decisão pessoal

Mas Sally Bolton, diretora executiva do All England Club, disse que a organização do torneio não planeia emitir uma declaração.

"Historicamente, no ténis, a decisão sobre a forma como um jogador reage no final de um jogo é uma decisão inteiramente pessoal e penso que não queremos começar a impor o que acontece", afirmou.

"Penso que temos um público incrivelmente informado em Wimbledon e que, na sua maioria, compreenderia o que está a acontecer", apontou.

Admitiu que é impossível controlar o público, apelando a que a ação desportiva seja o centro das atenções.

Há quatro jogadores nos quartos de final de Wimbledon que representam a Rússia ou a Bielorrússia, um ano depois de os atletas das duas nações terem sido banidos pelo All England Club.

Bolton foi questionada sobre como os organizadores do torneio se sentiriam se entregassem o troféu a um jogador de uma das duas nações.

"Quando tomámos a decisão, no início deste ano, de admitir russos e bielorrussos, pensámos cuidadosamente em todos esses aspectos e, tendo tomado a decisão de os admitir, estamos confortáveis quanto ao desenrolar da situação", afirmou.