Nomeado diretor executivo da WTA em 2015, antes da dissociação em agosto de 2024 das funções de presidente e diretor executivo (cargo desde então ocupado pela americana Portia Archer), Steve Simon tinha revelado internamente a sua intenção de sair "no outono passado", segundo o comunicado de imprensa publicado pela WTA.
"Para assegurar uma transição suave, o Conselho de Administração vai agora iniciar o processo de seleção" do seu sucessor, adianta o organismo.
Steve Simon deixou a sua marca no final de 2021 ao suspender todos os torneios WTA organizados na China, na sequência do desaparecimento de Peng Shuai.
A jogadora chinesa, que em novembro de 2021 acusou um antigo alto dirigente do Partido Comunista Chinês de a ter forçado a uma relação sexual, não foi vista em público durante vários dias, antes de finalmente reaparecer em vídeos publicados pelos meios de comunicação oficiais.
"Em boa consciência, não vejo como posso pedir aos nossos atletas que participem em torneios quando Peng Shuai não pode comunicar livremente e, aparentemente, foi pressionada a retirar as suas alegações de violência sexual", disse Steve Simon na altura, citado num comunicado de imprensa da WTA.
A WTA retomou finalmente a organização de torneios na China em setembro de 2023, apesar de uma "situação" que não mostrava "sinais de mudança".
No início de 2023, num caso distinto, Steve Simon foi acusado de"abuso psicológico" pela jogadora ucraniana Lesia Tsurenko, pouco menos de um ano após o início da guerra entre a Rússia (apoiada pela Bielorrússia) e a Ucrânia.
Tsurenko retirou-se antes de um jogo contra a bielorrussa Aryna Sabalenka no WTA 1000 Indian Wells, dizendo que tinha tido um"ataque de pânico" após uma discussão com o diretor da WTA.
"Ele disse-me que ele próprio era contra a guerra, mas que se as jogadoras russas ou bielorrussas a apoiassem, essa era a sua opinião e que a opinião dos outros não me devia incomodar", contou a ucraniana, que anunciou em meados de abril que ia levar a WTA a tribunal.
A WTA respondeu sublinhando que "condenou a guerra conduzida pela Rússia" e "tomou numerosas medidas para ajudar os jogadores ucranianos".