“Um fotógrafo correu na minha direção imediatamente depois do risco de meta. Honestamente, não sei o que estava a fazer, mas caí. Penso que as pessoas na reta da meta deveriam usar os olhos um pouco mais”, aconselhou o dinamarquês da Visma-Lease a Bike.
Aparentemente, o campeão de 2022 e 2023 saiu sem mazelas da queda, que aconteceu após concluir a 16.ª etapa, no alto do Mont Ventoux, na sexta posição, a dois segundos do camisola amarela Tadej Pogacar (UAE Emirates) e a 45 do vencedor, o francês Valentin Paret-Peintre (Soudal Quick-Step).
“Estava a sentir-me muito bem hoje. Estou satisfeito com as sensações e com os ataques que tentei fazer. Evidentemente, não ganhei tempo hoje, mas ganhei muita motivação”, assumiu.
A Visma-Lease a Bike endureceu o ritmo na ascensão à emblemática montanha, antecipando ataques do seu líder, que considerou que a equipa esteve “fantástica”.
“Ele (Pogacar) seguiu-me sempre que ataquei e vice-versa. Não sei se consegui ver alguma nova fraqueza hoje, mas ganhei motivação. Vou continuar a tentar”, prometeu Vingegaard.
Ciente de que haverá “corrida até Paris”, onde a 112.ª Volta a França termina no domingo, o camisola amarela teve palavras de elogio para a formação neerlandesa e para o segundo classificado da geral, após dias de trocas de provocações/acusações.
“Hoje, o Jonas tentou verdadeiramente e eles trabalharam muito bem enquanto equipa. Impuseram um ritmo muito bom na subida, mas felizmente eu não estava com as mesmas pernas de 2021 (quando teve um mau dia na ascensão ao Ventoux). Estou feliz com o dia. Foi uma boa prestação da minha parte”, analisou.
Embora tenha ganhado mais dois segundos ao dinamarquês, para quem já tem uma vantagem de 04.15 minutos na geral, o esloveno da UAE Emirates admitiu ter sofrido na jornada de hoje e explicou que, ao contrário da teoria generalizada, não estava assim tão interessado em ganhar no Mont Ventoux.
“Saiu um grande grupo, o Marc (Soler) e o Pavel (Sivakov) estavam nele e decidimos deixar a fuga ir, porque não estávamos demasiado interessados na vitória da etapa. (…) No final, por causa do trabalho da Visma, aproximámo-nos muito (dos fugitivos). Vimo-los a 800 metros da meta e sabia que se houvesse um grande esforço da minha parte ou da parte do Jonas, podíamos apanhá-los. Mas penso que mereceram a vitória”, concedeu.
Valentin Paret-Peintre, de 24 anos, tornou-se esta terça-feira o primeiro ciclista francês a vencer na 112.ª Volta a França, ao triunfar no alto do Mont Ventoux.
O francês bateu ao sprint, no final dos 171,5 quilómetros desde Montpellier, o irlandês Ben Healy (EF Education-EasyPost), segundo com as mesmas 04:03.19 horas, com o colombiano Santiago Buitrago (Bahrain Victorious), outro dos fugitivos do dia, a ser terceiro, a quatro segundos.