Se o TJUE, cuja decisão é esperada para o final do verão, após as férias judiciais, seguir estas conclusões no chamado "caso Lassana Diarra", nomeadamente o caso do antigo jogador do Real Madrid, poderá alterar profundamente o sistema de transferências, tal como aconteceu no caso Bosman, em 1995.
Se um dia se encontrarem à margem do mercado, os jogadores poderão rescindir o seu contrato com um clube sem receio de terem de pagar indemnizações e de ficarem legalmente presos.
Diarra, antigo internacional francês, com 34 internacionalizações, joga há dez anos num dos seus antigos clubes, o Lokomotiv de Moscovo.
O clube russo rescindiu antecipadamente o contrato de Diarra e exigiu uma indemnização de 20 milhões de euros, de acordo com as regras da FIFA.
O clube considerou que o francês - que contestava uma redução salarial "injustificada" - se tinha recusado a cumprir o seu contrato.
Este pedido de indemnização afastou outros clubes, nomeadamente o Charleroi, da Bélgica, de contratar o jogador, que acabou por relançar a carreira um ano mais tarde no Marselha.
Lassana Diarra, que pede uma indemnização de 6 milhões de euros, por ter sido impedido de jogar em 2014, ao abrigo das regras de transferência da FIFA, é defendido pelo advogado belga Jean-Louis Dupont.
É um dos advogados que esteve na origem do acórdão Bosman, que pôs fim às quotas de jogadores estrangeiros nos clubes em 1995, liberalizando assim o mercado europeu de transferências.