Venus Williams é uma lutadora. Muitos dos especialistas em ténis e até mesmo os apoiantes mais fervorosos de Venus tiveram de acreditar que o Open de Miami de 2024 seria o seu último hurra. Os seus últimos - e mais graves - problemas de saúde levariam certamente a sete vezes campeã do Grand Slam a guardar as raquetes no armário.
Mas não tão depressa. No mês passado, Williams ganhou um wild-card para o Citi Open em Washington, D.C. e eliminou Peyton Stearns, 35.ª classificada. Williams, 45 anos, tornou-se a jogadora mais velha a conquistar uma vitória de singulares da WTA desde que Martina Navratilova venceu um jogo em Wimbledon em 2004, com 47 anos.
Perdeu na ronda seguinte para Magdalena Frech, mas provou a si própria que 45 anos é apenas um número.
"Há uma coisa que eu sei: Nunca se é demasiado jovem ou demasiado velho para ganhar ou perder", disse Williams, enquanto se preparava para competir no evento WTA 1000 em Cincinnati.
"Ganhar e perder não tem idade. Tudo o que importa é que eu esteja preparada e pronta. E quanto mais tempo jogo, quanto mais me dedico, quanto mais treino, melhor fico", afirmou.
Há um ano, Williams, a quem foi diagnosticada a síndrome de Sjogren em 2011, travou uma batalha de saúde mais séria. Foi submetida a uma cirurgia para remover miomas e um grande adenomioma focal que estava embutido no músculo do seu útero.
"Disseram-me que era inoperável. Disseram-me que podia sangrar até à morte na mesa de operações. Disseram-me para arranjar uma barriga de aluguer e esquecer a esperança de ter os meus próprios filhos. Fui mal diagnosticada. Fiquei sem tratamento durante anos e anos e anos. É muito importante defender a nossa saúde! Sofri de anemia grave, dores debilitantes, hemorragias excessivas e ciclos menstruais anormalmente frequentes durante muitos anos. Isso afetou o meu ténis e a trajetória da minha carreira. Contei a minha história para que outras mulheres não tenham de passar por isto e para que possam melhorar mais depressa", escreveu Venus Williams no Instagram.
O caminho para a recuperação foi lento, mas o regresso aos courts nunca saiu dos seus pensamentos.
"No final do dia, tens de viver a tua vida nos teus próprios termos", disse Williams, enquanto se prepara para o jogo da primeira jornada contra a espanhola Jessica Bouzas Maneiro.
"Os teus termos devem ser os teus. Não importa o que os outros dizem ou o que os outros pensam. Se conseguires viver a vida nos teus próprios termos, é uma vida bem vivida e eu acredito firmemente nisso. E faço o que faço porque quero viver a vida da forma que quero, sem desculpas, sem arrependimentos e nos meus termos. ... Define os teus termos e não te rendas", acrescentou.
Depois de Cincinnati, Venus irá competir no US Open de 2025, fazendo parceria com Reilly Opelka no novo formato de pares mistos e, esperemos, conseguindo um wild-card para a competição de singulares.
Será esse o último capítulo do ténis de Venus? Provavelmente não. Poderá ela voltar a competir aos 46 anos, em 2026?
"Acho que nunca se deve excluir-me", afirmou.