O piloto luso João Ferreira (Toyota Hilux) terminou a segunda etapa do Rali Raid de Portugal, prova do Mundial de todo-o-terreno, na liderança da classificação dos automóveis, num dia em que vários portugueses venceram as respetivas categorias.
João Ferreira, que partiu de Grândola em terceiro lugar, chegou a Badajoz na frente, com 3.24 minutos de vantagem sobre o sul-africano Saood Variawa (Toyota Hilux) e 3.46 face ao brasileiro Lucas Moraes (Toyota Yaris), após os 429 quilómetros cronometrados.
João Ferreira entrou ao ataque e, ao km 160, liderava com sete segundos de avanço sobre o sul-africano Henk Lategan (Toyota Hilux) e, ao km 221, a vantagem para Luca Moraes, que era segundo nessa altura, já era de 2.28. O piloto brasileiro perdeu algum tempo com um furo no início da etapa.
O leiriense acabaria mesmo por vencer a tirada, com 1.03 minutos de vantagem sobe o espanhol Carlos Sainz (Ford Raptor), e subiu à liderança da prova do Automóvel Club de Portugal.
“Foi um dia muito longo e difícil. Tivemos alguma dificuldade na entrada em Espanha e em encontrar um bom ritmo. Mesmo assim, ganhámos tempo aos nossos adversários e estou bastante satisfeito com a nossa performance”, explicou o piloto, que venceu, pela primeira vez, uma etapa na categoria principal do Mundial de Rally-Raid.
O francês Sébastien Loeb (Dácia Sandrider) perdeu mais de 14 minutos a mudar um triângulo da suspensão, mesmo tendo a ajuda da colega de equipa Cristina Gutiérrez. “Foi um dia difícil, perdemos muito tempo”, comentou o francês, que é sétimo da geral.
O vencedor do Dakar 2025, Yazeed Al Rajhi (Toyota Hilux), capotou e desistiu e Juan Cruz Yacopini (Toyota Hilux) teve uma saída de estrada.
A dureza da prova causou também estragos na categoria Challenger, para veículos ligeiros. O sueco Mattias Ekström (Can-Am XRS), que era o líder, desistiu com problemas mecânicos.
Aproveitou o português Gonçalo Guerreiro (Taurus Evo Max), que venceu a etapa e assumiu o comando da categoria, na frente dos pilotos que estão a lutar pelo título mundial.
“Foi um dia duro e muito exigente para os pneus. Tive de fazer alguma gestão, porque o piso estava muito abrasivo. Perdi muito tempo no início, ao apanhar o pó levantado por outro carro, mas depois tive uma etapa limpa”, afirmou o português.
Foi, igualmente, uma jornada positiva para João Dias (Polaris RZR) que venceu a etapa e lidera a categoria SSV. Alexandre Pinto (Polaris RZR) andou sempre entre os mais rápidos e ganhou uma apreciável vantagem sobre Enrico Gaspari na luta pelo título mundial.
Nas motas, o australiano Daniel Sanders (KTM 450 Rally) e o espanhol Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally) discutiram a vitória na etapa até ao último quilómetro, com Sanders a ser o mais rápido por apenas quatro segundos.
“(Foi um) dia muito longo. Os últimos 60 km em Espanha estavam muito escorregadios. O percurso era muito técnico e foi bastante divertido. É importante ter uma boa vantagem para amanhã (sexta-feira), que vai ser um dia igualmente duro”, afirmou o vencedor da etapa.
O português Bruno Santos (Husqvarna FR450 Rally) foi sétimo na etapa mais longa e subiu ao segundo lugar da categoria Rally2, sexto da geral.
“Arranquei bem e estive sempre ao ataque. A principal dificuldade foi ter apanhado pó de outro piloto, que me fez perder tempo, sobretudo nas zonas mais lentas e entre árvores”, afirmou.
Gonçalo Amaral (Honda CFR 450) é segundo classificado na categoria Rally3 e 16.º da geral.
Nota para o abandono de dois pilotos que estavam a discutir o pódio. O campeão do mundo de Rally-Raid, Ross Branch (Hero 450 Rally), do Botswana, foi o primeiro a desistir, após queda aparatosa e o francês Adrien Van Beveren (Honda CRF 450 Rally) abandonou devido a queda violenta, que provocou uma lesão no ombro.
Na sexta-feira, disputa-se a terceira etapa, com partida e chegada a Badajoz, com 511 quilómetros, 308 deles cronometrados.