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Análise Marrocos: Pazes feitas para o regresso de Ziyech (e não só)

Análise Marrocos: Pazes feitas para o regresso de Ziyech (e não só)
Análise Marrocos: Pazes feitas para o regresso de Ziyech (e não só)Profimedia
Marrocos está, pela sexta vez, na fase final de um Campeonato do Mundo. Na Rússia, em 2018, ficaram-se pela fase de grupos, onde mediram forças com Portugal, Espanha e Irão. Os marroquinos tiveram uma campanha impressionante na qualificação, com sete vitórias e um empate em oito jogos. Mesmo sem a principal estrela, Hakim Ziyech, Marrocos marcou 25 golos e sofreu apenas três. O craque do Chelsea, porém, está de regresso, depois da saída de Halilhodzic do cargo de selecionador, a três meses do Mundial. Virá para somar?

Introdução

Ziyech, recorde-se, esteve ausente da qualificação devido a uma discussão com o antigo selecionador, Vahid Halilhodzic. O experiente treinador bósnio acusou a estrela do Chelsea de fingir uma lesão, o que resultou no facto de Ziyech, bem como vários outros jogadores de referência de Marrocos, não terem sido chamados. Mas a antiga estrela do Ajax, que jogou, ainda na formação, pela selecção neerlandesa, está agora de volta, juntamente com Achraf Hakimi, do PSG, e Noussair Mazraoui, do Bayern Munique.

O substituto de Halilhodzic é Walid Regragui, ex-jogador da seleção marroquina. Subiu na carreira de treinador depois ganhar a Liga dos Campeões Africana com o Wydad AC, o clube da cidade marroquina de Casablanca. Até agora só treinou Marrocos em dois jogos, derrotando o Chile por 2-0 e empatando (0-0) com o Paraguai

Agora, Regragui tem uma enorme tarefa à sua frente, assegurando que Marrocos siga em frente num grupo cheio de equipas ambiciosas (Bélgica, Croácia, Canadá) para a fase a eliminar, o que aconteceu pela última vez em 1986. O Presidente da Federação Camaronesa de Futebol, a lenda do Barcelona Samuel Eto'o, previu que o seu país vai vencer Marrocos na final do Mundial, mas ambas as equipas terão de travar duas batalhas em busca desse sonho.

Pontos fortes

O regresso de Hakim Ziyech é, sem dúvida, o tema mais falado na seleção de Marrocos. O avançado conta com 17 golos e 10 assistências em 42 internacionalizações e é, definitivamente, a estrela do pelotão. O seu regresso traz criatividade e indubitáveis qualidades ofensivas para a equipa. Regragui contará também com qualidade acima da média no auxílio ofensivo. Achraf Hakimi, do PSG, é um dos melhores e mais criativos alas do futebol mundial. Já Noussair Mazraoui, que se mudou do Ajax para o Bayern de Munique no verão, é naturalmente, também, um lateral-direito, mas joga no flanco oposto pela seleção. O sistema tático criado por Regragui é feito à medida para tirar o máximo partido destes jogadores.

Onze marroquino reforçado com Ziyech, Hakimi e Mazraoui
Onze marroquino reforçado com Ziyech, Hakimi e MazraouiEnMaroc

Pontos fracos

Voltando mais uma vez a Ziyech, o excesso de confiança na estrela pode acabar por ser um problema. Na verdade, Marrocos marcou mais sem Ziyech (2,5 golos por jogo) do que com ele (1,5 golos por jogo). Será fundamental para Regragui não colocar toda a responsabilidade do ataque no avançado do Chelsea. O meio-campo é, talvez, a área mais sombria da equipa.

XI Ideal

Bono - Hakimi, Aguerd, Saiss, Mazraoui - Ounahi, Amrabat, Amallah - Ziyech, En Nesyri, Boufal.

Regragui está a moldar a seleção de Marrocos para jogar exatamente da mesma forma da bem sucedida equipa do Wydad. Os laterais ofensivos, Hakimi e Mazraoui, empurram Marrocos para a frente, enquanto os os extremos, Ziyech e Boufal, exploram zonas interiores,no apoio mais próximo a En Nesyri, avançado do Sevilha. No centro da defesa, Nayef Aguerd regressa de longa lesão é uma boa notícia para Marrocos, formando parceria sólida com o capitão marroquino, Romain Saiss, que já provou ser igualmente importantíssimo nas bolas paradas ofensivas.

Previsão

Sem passar de uma fase de grupos de um Mundial desde 1986 e sem ganhar um jogo numa fase final desde 1998, um triunfo no Catar já pode ser considerado um sucesso para Marrocos. Passando o grupo, igualariam desde logo o melhor desempenho da história. Marrocos está entre as melhores seleções africanas mas o grupo que lhe saiu em sorte não augura grandes esperanças: Bélgica e Croácia vão querer espremer uma última vez as gerações de ouro que têm e o Canadá está numa clara ascensão no plano futebolístico. Talvez seja justo apontar Marrocos a um terceiro lugar deste grupo F.